Disclaimer: Hagaren pertence à Hiromu Arakawa, salve.
N/A: A história segue a linha da Riza9, para quem Roy e Riza tem um caso secreto de longa data. No caso, eles estariam na fase um pouco após o começo do relacionamento amoroso.
Fanfic para o XIV Desafio do MRS
Vaidade
Quando Roy Mustang entrava no escritório pela manhã, uma fragrância de homem cheiroso se espalhava pelo ambiente. O odor sensibilizava especialmente olfato da única moça presente na sala, para quem aquele cheiro tinha um quê de inebriante. Provocativo, de fato ela achava, mas exagerado para um Coronel que se pretendia sério.
Ela mesma não era dada a grandes vaidades. E, falando com alguma franqueza, também não era dada a pequenas. Não que se tratasse de uma desleixada, porque Riza Hawkeye era elegante e discreta, apenas sua praticidade não combinava com coisas que julgava triviais.
O máximo que havia feito, a duras penas, foi deixar o cabelo loiro crescer. Mas teria metido uma tesoura, jogando todo o esforço de meses no lixo e voltado ao prático curtinho, não fosse a descoberta daquela presilha que lhe permitia prender os fios tão facilmente num coque. Mas foi por pouco...
E os brincos que usava? Puro costume preservado dos tempos de menina. No final das contas, era uma militar. Precisava de sua farda limpa, asseada e só. Unhas bem feitas, cabelos impecáveis, maquiagem sob medida... Eram simplesmente dispensáveis, ao menos no dia a dia.
Acima de tudo, claro, havia o mais importante e que sabia bem: foi com sangue nas mãos e cheiro de pólvora na pele que havia conquistado Roy Mustang. O resto era resto e pretendia pensar assim pelo resto da vida.
Isso não fosse o fato do tempo oferecer constantes oportunidades para flexibilização de pontos de vista. Viu-se convencida a mudar seu pensamento ao ceder a uma pequena vaidade.
Quando estavam sozinhos no escritório, era costume entre eles que Roy chegasse e a pegasse pela cintura. Gostava de provocá-la e por isso tomava atitudes que a tiravam do controle da situação. Daí ele soltava aqueles cabelos loiros, pois gostava muito do movimento que faziam ao se espalhar pelas costas dela, como uma onda brilhosa. Então, uma vez dispersos os fios, ele cuidadosamente os retirava do caminho do pescoço para ali aplicar um beijo singelo. Num ritual íntimo e ligeiro, não era um local de muita privacidade para rituais demorados.
Para ela não fazia muito sentido que os cabelos fossem soltos e que depois ele tivesse o trabalho a mais de afastá-los. Mas era assim que Roy gostava e não era algo incômodo afinal.
Mas houve essa vez em que ela colocou no pescoço algumas gotas de perfume. Capricho que Riza se permitiu por mera eventualidade, talvez fosse a lembrança da colônia diária do Coronel...
Nesse dia, quando finalmente ele afastou os cabelos dela, preparando-se para o toque final, foi sua vez de ser ver tomado pelo aroma de sândalo que Riza exalava. O ritual ligeiro demorou-se o suficiente para que cada segundo a mais de respiração se transformasse numa interessante experiência sensitiva entre os dois.
Provocativo, mas sem exageros, ele achou. Na medida certa para fazê-lo ter vontade de aplicar mais alguns beijos naquele pescoço, coisa que efetivamente fez logo em seguida.
Aproveitou e trancou a porta do escritório... Uns beijos mais ousados exigiam um pouco mais de intimidade.
E de pensar que eram apenas algumas gotas de perfume, pequenas, triviais, dispensáveis...
A partir de então Riza passou a aprender mais sobre perfumes e a utilizá-los ocasionalmente no dia a dia.
Fim
05/01/2008
N/F: Sabem que a fic poderia ser chamada de Fungada no Cangote? E perceberam as segundas intenções da Riza no último parágrafo?
Eu não sei, mas no final achei que não tinha nada a ver com o que eu esperava, não sei vocês, mas isso me deixa sem vontade de postar =P Mas teve o incentivo desafio então...
Em todo caso, perfume é um detalhe que faz toda a diferença, não tenham dúvidas.