Quando Severus Snape Amou uma Aluna de Hogwarts

Ficwriter: Laillinha Lobo
Harry Potter - angst, drama, romance
12 anos - completa


 

 

Capítulo 1: Ela! No Quarto de Snape!

 

Snape acabara de entrar num estado de média sonolência. Havia deitado há algum tempo e nada de sono, mas agora sentia com algum prazer que este enfim chegara. Seus olhos foram fechando devagar e foi nesse estado, entre dormência e consciência, que ele vira parada ao seu lado a imagem de uma mulher, na verdade de uma jovem garota.

Numa ação mais automática que precavida Snape ergueu o corpo na cama. "Lumos" foi o que ordenou e imediatamente a ponta de sua varinha, já em suas mãos, iluminou-se. Olhou para os lados, todos eles, mas não viu mais nada. Ainda permaneceu assim, estático sobre a cama com os olhos atentos imaginando como poderia ter visto aquela imagem de uma forma tão perfeita se estava tudo tão costumeiramente escuro. Após certificar-se de que estava realmente sozinho, pronunciou baixinho "Nox" e voltou a deitar-se. Sentiu um perfume diferente no ar, mas deveria ser só a sua imaginação aguçada pela curta vigília. Surpreendentemente o sono o dominara com muito mais facilidade dessa vez e foi praticamente sem perceber que Snape dormira.

Sim, dormira...

Mas não mais que quatro horas aquela noite. Apenas o suficiente para livrar-se parcialmente daquele cansaço mental que o abatera no dia anterior por efeito de uma outra noite também mal dormida. Há várias noites Snape não dormia bem, algumas mesmo não dormia nada. Ele sabia o que estava acontecendo, sabia do que estava sofrendo... Insônia... Maldita insônia que lhe tirava os poucos momentos de paz! É certo que ele sabia que bastaria-lhe uma pequena dose de uma de suas mais simples poções antinsonus e tudo estaria resolvido, mas... sempre tinha que existir um ‘mas’ em seus pensamentos... mas relutava contra essa tão simples solução. Tudo na mente de Snape tinha uma razão de ser, de acontecer... E se se tratasse de algum tipo de vigilância involuntária? Algum tipo de aviso inconsciente? E se realmente o fosse? Não, não poderia arriscar! Não deveria livrar-se assim tão fácil daquilo!

Snape ainda vagueava em sua mente supondo realidades, cogitando explicações, mesmo que estas só fizessem sentido aos seus olhos, quando de repente lembrou-se do que vira na noite passada.

O que ele vira?

Ainda naquela manhã perdera vários minutos tentando ter certeza de que a visão que tivera tratara-se apenas de um sonho... um sonho daqueles em que você tem a nítida sensação de estar acordado. Como ser diferente se a lembrança era quase perfeita? Não poderia ter visto de forma tão nítida a figura daquela jovem parada ao seu lado tamanha era a escuridão que o cercava. E Snape tentava se convencer disso ao mesmo tempo em que tudo se chocava com o simples fato dele ter a fina certeza de que, naquele instante, ele ainda não havia adormecido.

Se Severus Snape já era um estorvo para a grande maioria dos alunos de Hogwarts em seu estado convencional, o que dizer do seu temperamento quando ele se encontrava impressionado com alguma coisa, com insônia e com dúvidas que não saiam de sua cabeça? Foi exatamente nesse estado que professor Snape entrou na sala de poções onde estava a turma do sétimo ano o esperando. Coisa rara, inclusive! Normalmente Severus Snape esperava por seus alunos, não ao contrário! Mas acabara por se atrasar, por dois minutos, pensando no que vira (ou o que achou que vira) na noite anterior.

Snape sabia que havia um grau de responsabilidade diferente prelecionar para turmas do sexto e sétimo ano. Quem estava ali, naquela sala de poções, com certeza tinha um envolvimento maior e, porque não dizer, uma paixão estreita pela arte da preparação de poções. Se aperfeiçoando mais a cada aula, estavam ali os alunos que pelos Níveis Ordinários em Magia tinham algo de muito intrínseco com aquela matéria fascinante, bruxos que, no futuro, poderiam ser considerados os melhores e maiores dominadores da prática. Snape começara aquela aula justamente falando das conseqüências de um destino mal dado a uma poção como a que ele ensinaria a seguir. A poção do controle total, corpo e mente, de quem a ingerisse, a Dominaccipiens.

Começara então para valer a aula. A prática seria interessante, ele pensara. Estava agora calado com o olhar fixo em todos preparando suas poções, até que percebeu... no fundo da sala... alguém... uma aluna... ao contrário dos outros, não estava preparando a poção ensinada, apenas o observava como em retribuição ao forte olhar de Snape sobre todo o local. O professor sentiu nesse instante o coração acelerar mais do que deveria por duas ou três batidas. Era ela! A jovem que ele vira ao seu lado em seu quarto na noite anterior! Era ela! Ele tinha absoluta certeza! Era ela!

— Ao terminarem suas poções, considerem-se dispensados! — ele falou um instante depois de recuperar a fala que fora perdida momentaneamente pela súbita visão à sua frente.

— Não vamos testar? — um dos alunos perguntou.

— Depois. Numa próxima aula... — Snape respondeu ainda fitando a garota no fundo da sala. Era como se não quisesse perdê-la de vista nem por um segundo.

Os alunos se entreolharam, pois não era do feitio do professor Snape liberar suas turmas antes dos horários previstos. Mais meia hora e todos já haviam terminado seus preparos.

Snape, percebendo que todos já estavam sentados quietos ao lado de suas poções teoricamente concluídas, limitou-se a baixar a vista na direção de um pergaminho qualquer em sua mesa e exclamar sem olhar para a turma um breve "Dispensados!".

Mas os alunos pareciam até então não compreender. Estavam em dúvida se deveriam ou não deixar a sala faltando ainda tanto tempo para o final da aula e tendo, além disso, uma séria poção para testarem... era muito intrigante para eles.

— Não ouviram?! — Snape gritou, demonstrando estar chateado pela falta de obediência e, dessa vez, passou os olhos por todos ao mesmo tempo — Estão dispensados! Vamos, saiam!

Todos então levantaram-se para deixarem o local.

— Menos você! — ele apontou para a jovem franzina, de cabelos castanhos claro longos e pele branca. Todavia sentiu que sua ordem fora desnecessária visto que a garota não havia feito qualquer movimento que indicasse o desejo de ir com os outros.

Quando todos saíram, Snape puxou uma cadeira, antes ocupada por um aluno, para próximo da garota e sentou-se imponente. Seu olhar parecia mais desafiador do que nunca. A seriedade transmitida por sua postura seria suficiente para assustar qualquer um de qualquer lugar, porém em seu íntimo ele concluíra aborrecidamente que aquela garota não estava nem um pouquinho assustada... sequer intimidada.

— Então, senhorita...? — Snape falou arrastando as palavras enquanto sentia que a jovem exalava um perfume idêntico ao que sentira na noite anterior. Se já não tivesse certeza, a teria exatamente agora.

— Gillian W Ridley, mas pode me chamar de Lian se quiser — ela respondeu tranqüila.

"Ridley", Snape repetiu em pensamento. Sua fisionomia não era estranha, nem seu nome era estranho. Snape tinha agora a absoluta certeza de que já havia cruzado com aquela garota pelos corredores de Hogwarts. Sendo assim, por que ele não lembrara-se imediatamente dela? Normalmente Snape lembrava-se de todos os seus alunos, mas ela... aquela jovem... ele lembrara-se só agora... e ainda não muito bem. "Isto sim era estranho!", foi só o que pôde pensar, notando que a garota usava a farda grifinória. Talvez fosse por isso a dificuldade...

Snape nunca perderia uma chance de menosprezar aquela casa, mesmo que fosse só por pensamento.

— Senhorita Ridley! Uma grifinória!

— Sim, senhor — ela confirmou.

— Só poderia! — e levantou-se bruscamente. — Como entrou em meus aposentos a noite passada e o que queria com isso? — perguntou de forma clara e direta num tom ligeiramente ameaçador.

— Eu... precisava vê-lo, professor Snape.

— Eu. Não. Estou. Entendendo. Senhorita. — e arqueou uma sobrancelha.

— É que eu tinha acabado de retornar a Hogwarts e o senhor era a primeira pessoa que eu precisava rever.

— Por quê? — perguntou imparcial.

— Eu não posso dizer.

— Ah! — ele exclamou com sarcasmo, mas sem qualquer tipo de exaltação na voz. — Então se nega simplesmente a dizer como e porque invadiu meus aposentos a noite passada. O que a senhorita pensa sobre uma detenção como recepção à sua volta?

Gillian chamou Snape com um dedo para mais perto. A impressão passada era que ela iria falar algo confidencial e foi pensando dessa forma que Snape se aproximou, imaginando como era eficiente a palavra "detenção".

Quando Snape se aproximou o suficiente pelo ponto de vista de Gillian, ela surpreendentemente passou uma das mãos pela nuca do professor e avançou em sua direção encostando seus lábios aos dele num inesperado beijo. Snape, de tão surpreso, ficou sem ação, apenas com os olhos arregalados enquanto sentia pasmado aquele suave contato que não durou nem vinte segundos.

Gillian se afastou com um sorriso nos lábios e ainda de olhos fechados.

— Presumo que a senhorita também não possa explicar isso — Snape já havia conseguido recompor-se do susto e já voltara a assumir sua postura altiva de sempre.

— Isso eu posso — ela lançou-lhe um olhar inocente. — Chama-se beijo e acontece quando os lábios...

— Menos cem pontos para a Grifinória por tamanha insolência descabida! — Snape gritou, tratando de interrompê-la imediatamente. — E quanto à senhorita...

— Professor Snape! — alguém acabara de chamá-lo inoportunamente na porta da sala de poções.

Ele desviou ritmicamente o olhar na direção da voz que o chamara para encontrar uma madame Pomfrey um tanto agitada.

— Professor Snape! Precisamos de novas poções na área hospitalar. Poderia ir até lá depois das aulas e verificar a lista das que estão faltando? Posso garantir que se trata de algo muito urgente!

— Farei isso — ele respondeu em tom irritado pela interrupção.

— Hã... o senhor está bem, professor? — madame Pomfrey perguntou, achando estranha a cena.

— Por que eu não estaria, madame Pomfrey?

— É que o senhor está com a face muito ruborizada — e ficou ainda mais quando ele foi informado dessa condição — e está sozinho aí no fundo da sala.

Imediatamente Snape olhou para o lado onde estava Gillian há poucos instantes. Não havia ninguém.

— Eu só estava... arrumando a sala.

— Ouh sim. Arrumando a sala — madame Pomfrey achou mais estranho ainda. — Por acaso gostaria que eu o examinasse? Rotina, entende? Pura rotina!

— Eu estou bem! Não preciso de nada!

— Então está bem. Até mais ver. Aguardo o senhor o mais breve possível.

Snape só assentiu com um leve balançar de cabeça e ela saiu de lá deixando sozinho o professor de poções com o olhar parado e alisando o queixo como se analisasse algo em pensamento.

 

Continua...

 

 

 



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Eila - 2013-12-18 12:58:23
Amei,muito linda..mas na ultima vez que vi,tinha o capitulo 11..o epilogo..ate que aparece a irma dela..aonde esta? Foia pagada?..Bjoo




MarinaHP_PF - 2011-06-07 21:24:48
AAAHHH só pra avisar... eu imprimi essa fic e encadernei, ok?? *-----* é muito muito muito muito muito linda essa história!




MarinaHP_PF - 2010-10-22 22:18:40
essa foi a melhor fic que eu já li, pra você ter noção, eu fiz uma conta aqui só pra poder comentar! e eu já li muiiiitas fics!!! fiquei me segurando pra não chorar durante a fic, porque não gosto de chorar na frente da família.. mas esse final, eu fiquei chorando por mais de 10 minutos seguidos, soluçando!! sério, se eu pudesse, eu casava com essa fic!! *-* é muito perfeita, só é MUITO triste... é que eu sempre amei muito o Snape, e a única pessoa que ele amou na vida, morreu por ele... é tão triste isso, sério!!




MarinaHP_PF - 2010-10-22 22:17:09
essa foi a melhor fic que eu já li, pra você ter noção, eu fiz uma conta aqui só pra poder comentar! e eu já li muiiiitas fics!!!




LadyKake - 2010-03-29 00:36:40
Ok eu sei que já comentei mas li de novo! E para você ter noção de o quanto eu amei essa fanfic, eu fiz QUESTÃO de criar uma conta nesse site só para poder elogiar!




LadyKake - 2010-03-28 23:47:14
Nossa! Simplesmente sem palavras! Nunca fiquei tão "presa" ao ler uma fanfic! Eu simplesmente ameei! Nunca vi uma fanfic melhor! Sério mesmo! Se eu pudesse me casava com sua fanfic! Parabéns! Assim que eu tiver tempo eu leio as outras! Mal posso esperar!




Biah Slytherin Delacour - 2009-07-25 21:05:14
Eu amei essa fic!Você já pensou em escrever um livro?Se um dia resolver escrever,pode ter certeza que vou ser uma das primeiras a ler! bjOs






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