C'est la vie

Autoria: Mii-chan
Originais - comédia, drama - original
12 anos - yuri/female slash - aguardando continuação


A vida de seis jovens artistas muda completamente ao passar pela experiência de fazer uma exposição juntas, com um tema que seria revelado apenas no dia. Dentre as três semanas até a exposição e dentre os dois meses que teriam que ficar juntos, muita coisa acontece, inclusive romance, brigas, muitos problemas que terão de resolver, e terão de ver que os defeitos e culturas cada um tem os seus. Por isso, o título é c’est la vie (é a vida). Quem ler isso, espero que goste e espero que saiba que será difícil, então, paciência.

 

 

 

  

Capítulo 1: Juliana.

 

 

 

Aquela menina a sua frente, Juliana, não sabia o que iria fazer da vida ainda, em plenos 19 anos. Seu amigo, Danilo, vivia muito bem em seus 23 anos, quase 24. Terminara a faculdade de Física, tinha um bom trabalho num colégio particular e não podia estar mais feliz no bairro tranqüilo onde morava. Já Juliana... tinha talento para qualquer tipo de arte, com aquela voz bonita e mãos habilidosas no desenho e na escultura, mas... não tinha emprego, morava com os pais e não tinha profissão. Fazia apenas uns trabalhinhos por aí, como alguns quadros para amigos da família ou como vendedora de alguma loja de cosméticos graças ao seu rostinho bonito e seu cabelo com cachos maravilhosos.

 

-Juliana.

 

-Oi?

 

-Tem que decidir.

 

-Ah, Danilo, até você? –Arqueou uma sobrancelha, só então bebendo um gole do café, cujo estava em suas mãos até esfriar naquela xícara amarela. –Olhe bem pra mim, você que me conhece melhor que qualquer um. Eu tenho um talento tão enorme que já me chamaram para fazer exposição de arte, para entrar em bandas, para fazer esculturas de universidades... Vê?

 

-Mas não aceitou nenhum.

 

-Não gosto de receber ordens.

 

-Mas assim fica difícil, Ju. Logo vai ser tarde pra se pensar em algo, você vai envelhecer e mudar, e quando vir... terá 30 anos, solteira, sem filhos e sem carreira. É o que quer? Ou você monta algo com esse seu talento, ou espera o tempo passar.

 

-Sabe o que eu realmente quero?

 

-O que?

 

Juliana sorriu, deixando a xícara na mesa. Inclinou-se e se apoiou na ponta da mesa, olhando o amigo bem profundamente naqueles olhos azuis escuros que ele tinha. Então, com cuidado e com desafio na voz, ela murmurou.

 

-Eu quero algo que me deixe livre, e não presa nessas regrinhas imbecis que se criam por aí. Como, por exemplo, por que os professores de escolas particulares usam ternos? Que coisa mais ridícula.

 

-... Você é bizarra.

 

-Eu sei. Afinal, sou artista, meu bem! –Riu, encostando as costas na cadeira, meio largada na mesma.

 

-Não é, não. Cadê o diploma da faculdade?

 

-Não me torre a paciência. Não preciso de um pedaço de papel que qualquer um pode ter quando posso provar com gestos que eu sou boa no que faço.

 

-E o que você faz?

 

-Arte, oras! Não fórmulas chatas e complicadas como você faz!

 

-Pelo menos, tenho uma profissão e sei o que faço.

 

-Danilo. –A moça se levantou. Como boa descendente de italianos que era, e ainda por cima criada pela avó materna, deu um sorriso desafiador e um olhar muito decidido. –Va fa napoli. Aposto que em um ano, eu vou estar ganhando mais que você.

 

-E aposta quanto?

 

-Dez por cento do salário de quem perder. Fechado?

 

-Fechado. –E ele, como ótimo descendente de americanos que era, não resistiu. Apertaram as mãos e Danilo deixou algumas notas em cima da mesa, em cima do papel onde estava marcado a conta. Despediu-se da garçonete que entrara naquela semana na lanchonete com um sorriso galanteador. Juliana observou aquilo e a pobre garçonete não entendeu o motivo daquela moça de rir tanto ao sair da lanchonete.

 

-Danilo, tome jeito, homem!

 

-Se você não toma jeito, por que eu deveria tomar?

 

-Tudo bem, perdoado.

 

Lógico que ela ainda riu. O rapaz acendeu um cigarro e o colocou na boca, enquanto ajeitava o paletó em seu braço, segurando sua pasta pela outra mão. Juliana era sua única amiga mulher que era tão imatura e brincalhona, chegava a ser cômico quando chegava num grupo de pessoas gritando e falando palavrões pra um conhecido. Ela então tirou seu próprio cigarro do bolso da jaqueta e o acendeu com seu isqueiro, olhando as nuvens cinzas passando de um lado pro outro devagar.

 

-Mas que merda. Vai chover justo hoje.

 

-E o que tem hoje? –Danilo perguntara, jogando charme com um olhar beirando o sensual quando passou por um grupo de mulheres com seus 19~20 anos, que riram.

 

-Absolutamente nada. Mas odeio chuvas. Ah, meu Deus, olha! Pára aqui, finge que tá falando comigo como se fôssemos namorados! –Ela parou de imediato e jogou fora o cigarro, parando o amigo ao colocar suas mãos na cintura dele.

 

-Como é?!

 

-Eu vou comprovar uma coisa. Anda, me abraça! –Ele, muito confuso, a obedeceu. Só então viu um homem que parecia mais novo que ele andando pela mesma calçada que eles. Danilo quase riu, mas Juliana o apertou no abraço, olhando a lanchonete que acabaram de sair lá no fim da rua. Quando o desconhecido passou por eles, Juliana quase riu ao vê-lo lhe mandar um olhar “daqueles”. –Eu não acredito!

 

-Dá pra explicar?

 

-Homem só olha pra mulher acompanhada. –Juliana então saiu do abraço, com aquele olhar infantil de sempre. Mas o desconhecido voltou, olhando-os de maneira diferente.

 

-Por acaso, seu nome é Juliana?

 

-... Por que? –A mulher em questão jogara os cabelos pra trás do ombro, como se provocasse o rapaz. Danilo arqueou uma sobrancelha.

 

-Você é artista, não é? Neta da Angelina?

 

-Sim, sim.

 

-Ah, prazer, meu nome é Lucas! Preciso dos seus serviços.

 

-Exposição? Banda? Assistente? –Já perguntara em tom profissional. –Ah, este aqui é meu amigo e professor de Física, Danilo. –Ah, não era tão má educada assim.

 

-Prazer, senhor Danilo. Ah, preciso pra uma exposição. Por favor, poderia me acompanhar?

 

-Ah, sim.

 

Danilo estranhou. “Mas essa filha da mãe não aceita trabalho nenhum!” Pensou, andando logo atrás dele enquanto os ouvia falar algo sobre exposições de novos talentos em um outro país. Espera. Juliana então sairia do Brasil por algo que, ela querendo ou não, não era sua profissão oficial por um desconhecido? Bem, a vida é dela, e o cara até sabia do nome de solteira da avó da amiga.

 

-Então, senhorita, meu pai gostaria de contrata-la. Ele gosta muito de achar novos talentos, é o segundo trabalho dele, o primeiro é ser um dono de uma construtora. Ele conhece sua mãe desde a época que ela queria se mudar, lembra-se? Ele a ajudou a achar um lote e tudo mais.

 

-Ah, sim, acho que me lembro dele.

 

-Enfim, ele dará essa exposição em Los Angeles e em Paris. Lembro que sua mãe e sua avó falaram ao meu pai que a filha/neta delas era talentosa com desenhos desde bem pequena. Passei na sua casa e confirmei ao ver um de seus quadros. Pelo visto, gosta de arte moderna, não?

 

-Isso. –Juliana, naquele momento, estava pensando em como esfregaria isso na cara de seus outros amigos, já que Danilo estava levando chumbo por si só apenas de ouvir aquela conversa.

 

-Poderia nos acompanhar nessa exposição? Queríamos expor algumas esculturas e quadros que você pintou, de preferência, com cores mais escuras.

 

-Não tem problema. E quando será essa exposição?

 

-Daqui três semanas, poderá se preparar bem até lá. Quantos anos a senhorita tem, é maior de dezoito anos?

 

-Sim, sou.

 

-Então, preciso ainda falar com sua mãe sobre isso?

 

-Oh, não, isso eu resolvo com ela. –Pararam ao chegar na casa da moça, onde havia um carro preto e bem moderno parado em sua frente; era do Lucas, pelo jeito. Ele tirou um cartão do bolso e o entregou à moça; era o cartão da empresa do pai dele.

 

-Escute, quero que nos ligue caso algo a impedir de ir conosco.

 

-Ah, sim senhor. Muito obrigada!

 

-Não há problema. Logo, ligarei para a senhorita com mais detalhes. Até logo. –Apertou as mãos de Juliana e Danilo, entrando em seu carro que com certeza custava uma fortuna e rapidamente saindo dali.

 

-Eu aposto um jantar se ele não for descendente de gregos.

 

-Apostado, Ju. Tenha cuidado e boa sorte com isso tudo.

 

-Não precisa ficar com ciúmes. –Riu, e Danilo lhe mostrou a língua.

 

-Até mais.

 

-Até.

 

Juliana o observou até ele sumir numa esquina. Só então ela foi pra dentro de casa, olhando o cartão que tinha em mãos. Ah, o sobrenome do cara era espanhol. Muito bem, pelo menos, teria dez por cento do salário de Danilo para lhe pagar outra aposta. Riu diante tal pensamento, sentando-se na cama de seu quarto. Era estranho; tinha um emprego e viajaria para dois países em três semanas.

 

“Eu, Juliana Tardelli, vou provar pro mundo que eu consigo.” Pensou, bem confiante, guardando o cartão escuro na gaveta de seu criado-mudo. Então, era isso: logo, seria conhecida fazendo o que gostava. Nada podia dar errado, e nada daria errado. Com quase toda certeza.

 

 

Fim do capítulo 1.

 

 



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Kurama - 2008-08-02 01:02:54
Pois é, eu li antes dessa cambada AEAE <3 * se exibe por causa disso E AÍ? * Como eu disse, eu gostei da fic e espero continuações *-* RÁPIDAS!






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