Noite fria de Natal
Era noite de Natal e Pikachu não conseguia dormir. Levantou-se da cama e foi para a sala. Olhou em volta e viu todos aqueles belíssimos enfeites verdes, vermelhos, dourados, prateados...
Sentou-se perto da árvore e olhou uma das bolas natalinas com um ar de nostalgia. Suspirou, voltou a se levantar e caminhou até a porta. Eram, então, nove e meia da noite.
Solidão...
Noite, sombra, névoa no olhar...
Ele encarou a neve lá fora pela porta de vidro. Uma tempestade cruel caía, impedindo-o de ver qualquer coisa. Pikachu esperou e esperou e esperou... E esperou... Logo a angústia foi tomando conta de seu pequenino ser.
Corações...
Corações que querem se encontrar.
Ele ouvia o barulho do ponteiro dos segundos. Cada tic era torturante. A neve que caía zombava do pokemon. Ele se sentia impotente, fraco... Aquilo levava uma eternidade, não acabava nunca. O estômago de Pikachu roncou, mas ele não reagiu. Continuou parado, olhando o nada.
Ilusões...
Os minutos passavam. Dez, vinte, trinta, quarenta, uma hora... Um barulho em uma chaminé próxima chamou sua atenção. Ele correu até a origem do ruído e olhou para cima. Não viu nada.
Sonhos, fantasias, lágrimas...
Desconcertado, tirou a cabeça dali e voltou a caminhar em direção a porta. Sentiu alguém tocar sua cabeça, como que em uma carícia. Olhou para trás, não viu ninguém. Começou a sentir frio. Pulou para dentro de uma meia vermelha e continuou a encarar a neve lá fora. Estava com sono... Dormiu...
Emoções...
No fim do coração
deságuam no olhar.
Quando acordou, descobriu que faltava pouco para meia-noite. Muito pouco. Voltou a olhar a porta, com medo de ter perdido algo. Ao longe, bem longe, viu uma figura irregular.
Sei que a voz do sonho
Seu coraçãozinho deu um pulo. Pikachu saltou para fora da meia e correu até a porta. Colou seu focinho ao vidro, tentando farejar. Nada! A sombra sinistra estava chegando mais perto. O roedor elétrico abriu bem os olhos começou a pular de ansiedade. Faltavam apenas dez segundos para o relógio bater meia-noite...
uma noite vai vir me contar
Dez, a figura dá um passo...
Nove, a figura tira algo de dentro do bolso...
Oito, Pikachu dá um salto para trás...
Sete, a porta é aberta...
Seis, a figura guarda o objeto...
Cinco, ela retira um capuz...
Quatro, ela pega Pikachu no colo...
Três, o roedor parece não se importar...
Olá, Pikachu! disse Ash, abraçando o amigo Desculpe pela demora. Essa nevasca me pegou de surpresa!.
que o nosso amor um dia vai brilhar!
O relógio bateu meia-noite e Ash e Pikachu correram até a árvore. O garoto entregou um pacote vermelho para o amigo. Este, por sua vez, correu até uma das meias e puxou um pequeno embrulho. Depositou-o nas mão de Ash.
Valeu, amigão!.
E num vôo leve viajando pelo ar,
a luz desse amor até nós um dia vai chegar.
Eles olharam a árvore que, de repente, tinha começado a brilhar. Descobriram, com alegria, que vários presentes tinham surgido debaixo da árvore.
O que está acontecendo aqui? perguntou Misty, aparecendo na sala Ash! Você voltou! Estava preocupada!.
Está tudo bem agora! ele disse Eu vou ficar aqui com você. Com você e com o Pikachu!.
No colo do vento o nosso amor vai voar
Os três se abraçaram, felizes por estarem juntos. Seus corações pareciam cantar felizes e em harmonia. Naquela noite fria, escura e tempestuosa, eles puderam ouvir o barulho de guizos e um inconfundível riso de alguém que se distanciava. Ho! Ho! Ho! Feliz Natal!.
através do tempo e nunca mais vai se apagar!
Feliz Natal, Pikachu! disse Ash, olhando o céu nebuloso Saiba que você estará sempre no meu coração. Nós estaremos sempre juntos, voando levemente pelo ar ao encontro da estrela mais brilhante....