Se eu fosse seu Flareon 2

Ficwriter: Jude Melody
Pokémon - comédia, romance - what-If
12 anos - completa


            Drowze estava se sentindo muito bem. Resolveu dar uma volta pela cidade e depois voltar para a floresta, que era o seu lar.

 

            May e Drew (ou melhor, a Flareon presa no corpo de Drew) andavam pelas ruas da cidade de mãos dadas. Eles passaram por um restaurante.

            - Ei, quer comer?

            “Fla!” pensou a Flareon.

            - Fl...

            “Flary on fla on?” (Como se diz em humanês?)

            - Ke... Quero!

            - Ok. – disse May, estranhando o jeito do amigo.

            “Ah, ele só deve estar sem jeito por que me viu chorando por ele. Na certa está muito feliz e ansioso pelo momento de confessar seu amor. Será que ele vai tentar me beijar de novo?” pensou May.

 

            A Flareon (ou seja, Drew preso no corpo da Flareon) saiu de trás da moita balançando as patas traseiras.

            - Flary fla ry fla reon frrr fla fla on ry? (Sabia que nós temos exatamente 240 mil pêlos nas orelhas?)

            O Flareon não entendeu direito. Não existem números na língua dos Flareons. O que Drew disse foi uma longa frase sem sentido.

            - Flary flareon flary fla? (Estava no banheiro esse tempo todo?)

            - Flary fla on... (Eu molhei a minha cauda...) – a Flareon choramingou.

            - Fla! Fla! Fla! (Haha!)

            - Flary! (Não ria!)

            - Fla! Flary! Flareon fla on ry flary flare! (Ei! Vamos! Nossos mestres já saíram!)

            - Flary on fla reon flare fla? (E você só me diz isso agora?)

            As duas raposas saíram correndo. Drew (no corpo da Flareon) pensava em como era estranho chamar seu pokemon de “mestre”.

           

            Drowze estava deitado no banco da praça, tomando um solzinho. Viu um menino passar com um sorvete e sentiu sede. Pegou uma folha no chão e a transformou em um picolé.

 

            - Devo trazer mais alguma coisa, senhorita? – perguntou o garçom.

            - Err... Não! Obrigada! – disse May.

            Ela olhou para frente e ficou espantada com o jeito de Drew comer. Ele enfiava a cabeça no prato e comia a comida sem usar garfo e faca.

            Para beber água, tentou usar a língua como colher, mas acabou cansando. Então enrolou a língua, pensando em usá-la como canudinho.

            - Err... Drew!

            May pegou o copo, rezando para que ninguém estivesse olhando, e ajudou Drew a beber.  

            “A enfermeira Joy tinha razão...” pensou, lembrando-se do que Joy dissera assim que viram Drew caído no chão “Ele perdeu a memória! Deve estar pensando que é um pokemon! Será que um dia vai voltar ao normal? Será que ainda gosta de mim?”

            - Ai, Drew! Não cospe a água!

 

 

            - Flary on fla? (Onde eles estão?)

            Os Flareons corriam pelas ruas, atraindo a atenção de todos.

            - Olha que lindos!

            - Que meigos!

            - Flaryon flare on! (Obrigado por me ajudar.) – disse a Flareon.

            - Flary! Fla on fla reon flary flareon flaery flary flare on fla on ry! (É ruim, hein! Eu ainda não esqueci aquele beijo! Quero que vocês destroquem para eu ter uma Flareon descente!)

            - Flary fla... (Eu e minha boca grande...)

 

            Drowze terminou o picolé e caminhou até um cassino. Muita gente estranhou ver um pokemon jogando. Mas ninguém reclamou. Ele tinha dinheiro (que, na verdade, era grama transformada em moedas, diga-se de passagem).

           

            - Ei, Drew... Quer ir ao parque de diversões? – perguntou May, sorrindo.

            “Fla!”

            - Fla! Digo... Sim!

            “Pelo menos ele ainda fala minha língua...” pensou a garota, com tristeza.

 

            - Flary! (Espere!) – disse a Flareon – Flary! Fla! (Tive uma idéia! Siga-me!)

            Ela aproximou o focinho do chão e cheirou. Havia vários cheiros. Depois de dois minutos, detectou o que queria: o cheiro de Drowze.

           

            May e Drew chegaram ao parque de mãos dadas. Foram na montanha russa (a Flareon, no corpo de Drew, ficou apavorada), comeram algodão-doce (coisa que a raposa adorou) e brincaram com palhaços.

            - O que faremos agora? – perguntou May.

            - A... Ali. – disse Drew, apontando.

            May olhou e viu uma construção bem grande com uma entrada escura. Havia uma placa dizendo “Túnel do Amor”.

            - Oh, Drew! Que meigo!

            Ela beijou Drew na bochecha e correu até a construção. A Flareon sentiu sua visão humana embaçar e seu cérebro ficou uma desordem por alguns minutos. Seria aquilo a tal “memória do corpo”?

 

            - Flary fla on? (Memória do corpo?) – perguntou a Flareon.

            - Flary. (Sim, Drew.)

            Drew encarou o amigo com sua carinha de raposa. Flareon percebeu que ele não tinha entendido e explicou:

            - Flary fla flaron flare. Fla flary flareon flary flae on flary flaon flareon fla re! (Você pode estar no corpo da Flareon e ter suas memórias. Mas algumas memórias da Flareon ficaram gravadas no corpo. Seria como se houvesse uma memória para cheiros. Uma memória que não pode ser apagada!)

            - Flary! (Legal!) – disse a Flareon – Flary fla on? (Humanos também têm isso?)

            - Fla! (Sim!)

 

            Drowze conseguiu ganhar várias moedas nos jogos. Pegou todas e trocou por várias barras de chocolate. Os funcionários ficaram muito felizes com a fatura. Foi então que um deles abriu uma das máquinas para fazer um reparo e encontrou folhas secas.

 

            May estava sentada no barco em forma de Horsea. Mantinha as mãos sobre o colo e rezava para que Drew as pegasse.

            Drew olhava em volta, abobado. Nunca tinha visto nada assim! Havia um riozinho por onde o barco deslizava. As paredes eram escuras com vários desenhos rosas e vermelhos, todos muito brilhantes. Algumas flores e estrela pendiam do teto.

            Ele olhou para May. Ela parecia tão bonita! Adoraria ter o pêlo escovado por ela. Não... Não podia ter pensamentos de Flareon! Não agora... Isso iria decepcionar a garota.

            Alguma coisa em seu ser pareceu berrar enquanto ele olhava a amiga. De repente, sem que parasse para pensar, abriu a boca e disse:

            - May...?

            “Flary... Flareon fla... Flary on? (Então é isso a memória do corpo?)” pensou a Flareon.

            - Sim? – disse May. Seus olhos pareciam brilhar.

            Mentalmente, Flareon soluçou. Seu corpo, ou melhor, o corpo no qual estava aprisionada não lhe obedecia. Algum tipo de memória oculta o guiava.

            Drew pegou as mãos de May e as beijou. A garota estremeceu e ele pôde sentir. E ele gostou disso. Ele a olhou nos olhos e sorriu. Ela parecia nervosa. Fechou os olhos e inclinou a cabeça para frente.

            Flareon sentiu um impulso, mas se conteve. Alguma coisa em seu corpo mexia de forma desagradável. Ah, sim... Era o estômago. O algodão-doce não lhe tinha caído bem...

            Drew virou-se e vomitou no chão do barco.

 

 

 

            - Flary! (Achei!)

            - Flary! Flareon flary fla on! (Espere, Drew! Antes você precisa se juntar ao seu corpo!)       

            - Fla! (Ah, é!)

            Drew pediu para o amigo seguir o rastro de Drowze em língua de Flareon. O outro respondeu que tentaria, que mesmo pokemons da mesma espécie têm cheiros diferentes.

            - Flary! (Tente, por favor!)

            Não precisava ter tentado dizer as duas últimas palavras. Em língua de Flareon, “por favor” se diz abaixando as duas orelhas e depois as levantando rapidamente.

           

            May e Drew saíram do parque de diversões. Por alguma razão, a Flareon (no corpo do garoto) sentia-se arrasada.

            - Drew... Tudo bem! Sério! – disse May – Você só passou mal. Não estou brava com você.

            Drew olhou May com uma carinha fofa de raposa que pede desculpas e colocou as mãos em seus ombros. Antes que a garota pudesse protestar, encostou sua testa na dela.

            - Arrghh! O que é isso?!

            Drew saltou para trás, lembrando-se que não era assim que humanos se abraçavam. Inspirou fundo e confiou nas memórias do corpo. Envolveu May com os braços.

            - Ah... Você me assustou!

            “Flaryon flare! (Que jeito estranho de se abraçar!)” pensou a Flareon.

            - Drew... – sussurrou May.

            Flareon estranhou (ou seja, Drew fez uma cara de surpresa). Gotas de água saíam dos olhos da garota. Então é isso que os humanos chamam de lágrima!

            Flareon pensou em lamber os olhos dela (era assim que os Flareons faziam), mas o corpo de Drew disse que não era a coisa certa a fazer. Ao invés disso, levantou a mão e limpou as lágrimas com os dedos.

            - Drew! – disse May, chorando ainda mais.

            Flareon teve uma idéia. Drew pegou a mão de May e a levou até uma loja ali perto. Havia várias flores na vitrine. Flareons gostam de cheirar flores quando estão tristes ou deprimidos. E o corpo de Drew dizia que era hora de entregar uma rosa para May.

            - Ah, Drew... São lindas! – disse May, parando de chorar – Drew, sobre aquele outro dia.

            Flareon soluçou mentalmente outra vez. Sentiu que um impulso muito forte tomava conta do corpo de Drew. Antes que pudesse reagir, envolveu May com os baços, abraçando-a pela cintura.

            - Ah... Drew! – ela ficou vermelha, vermelha e meiga como um Flareon!

            Eles se olharam nos olhos. May sentiu alguma coisa bater debaixo de sua mão e percebeu que sua mão estava sobre o coração de Drew. Ela corou mais do que nunca e fechou os olhos, inclinando a cabeça para frente.

            “Flary? (O quê?)” pensou Flareon.

            Aquela garota estava lhe oferecendo os lábios! O que deveria fazer? Mais um soluço e a raposa sentiu o impulso de beijar a garota que tinha em seus braços.

            Dessa vez, o bom senso de Flareon falou mais alto. Flareons não beijam! Nem têm lábios para isso. Beijos não servem para Flareons demonstrarem amor. Só havia uma coisa a fazer...

            May abriu os olhos lentamente, temendo que Drew tivesse desistido. Ele continuava ali, ainda a abraçava. Ele estava se aproximando! A garota ficou muito feliz e se preparou para um beijo. Tudo que teve, porém foi uma lambida no rosto.

            “O quê??! Isso é que é um beijo de língua?!” pensou May.

 

 

            Drowze estava quase chegando à floresta, quando um borrão vermelho surgiu na sua frente.

            - Flareon! (Destroque-os!) – disse o raposo.

            “Destrocá-los?” disse Drowze por telepatia “Mas por quê?”

            - Flare fla! (Não deu certo!)

            “Não me culpe!” Drowze falava em língua humana, mas tudo bem, Flareon entendia “Ora, não me olhe desse jeito! Vamos fazer assim. Você tem vinte minutos para trazer seus amigos aqui. Apenas vinte minutos. Demore um segundo a mais e eu vou embora!”

            - Flafla! Flary! (Ok! Obrigado!) – disse o Flareon, abaixando a orelha direita e piscando.

 

            - Dr... Drew... – disse May – I... Isso foi...?

            - Flareon fla! (Larga a minha namorada!)

            Drew olhou para o lado e ficou feliz quando viu a pequena Flareon. Sim! Poderiam destrocar! E May ficaria feliz! E ele, ou melhor, ela, a Flareon, poderia ficar com o Flareon macho!

            Drew correu e abraçou a Flareon. Eles se olharam por um instante e sorriram. May aproximou-se com cautela.

            - Eu... Posso vê-la?

            - Claro!

            Drew deixou May segurar a Flareon que, na verdade, era Drew preso no corpo da raposa.

            - Ela é linda!

            “Flary? (Ela?)” pensou Drew, no corpo de raposa.

            - Fofa! – disse May, beijando seu focinho.

            Flareon esticou as orelhas e encolheu as patas traseiras. Em geral, Flareons não gostam de não sentir o chão sob as patas. Mas aquele beijo compensava e muito!

            - Flary on flare? (Estou interrompendo algo?) – perguntou o Flareon macho.

            Ele tinha acabado de chegar. Ofegava. Drew (ou seja, a Flareon no corpo de Drew) olhou-o com um ar abobado.

            - Flary! Flary on flare! (Vamos! O Drowze vai partir!)

            Imediatamente, a Flareon saltou para o chão e correu atrás de Flareon (o macho), que sumia na esquina. Drew foi atrás. May seguiu-o.

           

            “Que demora!” pensou Drowze, começando a ficar impaciente “Faltam oito minutos...”

 

            Flareon odiava aquele corpo humano. Não conseguiu correr rápido. Sem se preocupar com as pessoas em volta, ficou de quatro e correu assim mesmo.

            May parou quando o viu fazer isso. Precisou piscar várias vezes para entender que era verdade.

 

            “Estão cinco segundos atrasados.” pensou Drowze “Chega!”

 

            Drew tinha voltado a ficar de pé (suas mãos começaram a doer e uma delas estava sangrando) e viu Drowze começar a sumir entre as árvores. Reunindo todo o ar de seus pulmões, disse:

            - Flaaaryyyy! Espere!

            Drowze virou para trás e viu as duas raposas pararem aos seus pés, exaustas. O humano chegou um pouco depois. Ofegava.

            “Querem destrocar?” perguntou o pokemon, por telepatia.

            - Fla! – disseram Drew e a Flareon.

            - Sim!

            “Ótimo! São vinte pratas!”

            Todos o olharam surpresos.

            “Brincadeirinha! Já me diverti o suficiente...”

            Drowze estalou os dedos e Drew e Flareon ficaram tontos por um momento. A visão saiu de foco e várias vozes soaram em suas mentes.

 

            - Fla! Flareon!

            A Flareon estava encolhida e fungava baixinho. Abriu os olhos lentamente. Sua visão tinha voltado ao normal! Todo aquele colorido a deixava tonta! O Flareon se aproximou e esfregou a testa em seu pescoço em um gesto de carinho.

            Drew cambaleou um pouco até recuperar o equilíbrio. A imagem entrou em foco e as vozes cessaram. Todas. Menos uma.

            - Drew!

            Ele olhou para frente e viu uma linda garota aproximar-se. Tinha cabelos castanhos e olhos bonitos.

            - Drew!

            May parou perto dele, ofegante.

            - Drew! Por favor! Me desculpa! Aquele dia... O Psyduck... Eu bati em você... E você desmaiou e... Eu fiquei preocupada e... Sua mão! Sua mão tá sangrando!

            - Fica quieta, May! – ele disse.

            - Drew, por favor!

            Ela o olhou nos olhos e viu que ele estava brincando. Suspirou aliviada e segurou sua mão machucada. Queria dizer que o amava. Queria dizer que queria ficar com ele para sempre! Mas como? Olhou para o Flareon.

            - Deixa eu ser seu raposo. Digo, raposa.

            - Vem cá!

            Ele a puxou com a mão boa e a enlaçou pela cintura com o outro braço. Ela o olhou nos olhos e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele a beijou.

 

FIM

 

 

 



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Froz.ze_N - 2010-01-03 21:41:25
Ownnn.. qe lindo *-* tentei imaginar a cara da May depois qe o Drew (flareon) fomitou.. nossa, se eu fosse ela não teria coragem de beijá-lo por um bom tempo ^.^" bbafo de vômito.. eca ;x Nhá! Nhá, amei o final! ficou mt lindo e fofo! Adoreei a fic <3

Jude Melody respondeu: Oi de novo! =D Sabe, você tem razão! XD Pobre May! Aliás, será que limparam o... "presentinho" da Flareon no chão do barco? O.o Enfim, obrigada pelo coment! Sayonará!





Karolineleal10 - 2009-06-30 16:07:29
Eu adorei a fic, mas acho q o Leafeon combina mais com o Drew (verde XD), mas realmente ficou otima adorei ^^

Jude Melody respondeu: Domo (oi)! No começo eu realmente pensei em comparar o Drew com um pokemon de grama, mas a minha paixão pelo Flareon falou mais forte XD Fico feliz por ter gostado! Sayonará!





Unknown - 2009-01-19 15:08:16
Ameiiii! Adorei muito! Parabéns pela linda fic.

Jude Melody respondeu: Domo! Arigatou pelo coment! Fico feliz que tenha gostado ^^ Sempre adorei o Flareon. Tanto ele como o Drew são muito fofos! Sayonará!





Unknown - 2009-01-13 14:43:00
Amei,amei e amei. Muito legal!Adoro o Drew DaMl

Jude Melody respondeu: Domo! Arigatou pelo coment! Em breve postarei a 2ª (e última) parte da fic. Vai ser uma bela confusão: May vai convidar Drew (ou melhor, a Flareon no corpo do Drew) para sair e as duas raposinhas vão ter de procurar o Drowze travesso. Não deixe de ler a continuação, sim? Sayonará!







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