Dia das Mães por June Briefs


 

Dia das Mães

Ficwriter: June Briefs
YuYu Hakusho - drama - what-if
livre - completa


Hoje é dia das Mães. Eu sou uma mãe feliz e realizada. Dezoito anos atrás fui contemplada com a graça de ter um filho. Eu e meu marido tentávamos, mas durante um bom tempo eu não conseguia engravidar e quando finalmente aconteceu foi uma realização tão sublime como nunca imaginei.

Cuidei-me o melhor possível para ter uma gravidez saudável e conseqüentemente ter um bebê saudável. E finalmente ele nasceu. Não posso descrever minha emoção ao ver aquele bebê ruivo, que chorava e foi colocado nos meus braços. Em poucos instantes ele parou de chorar, alimentado pelo meu leite e pela música que cantei para niná-lo.

Ele era uma criança linda e saudável, tínhamos uma boa vida, mas infelizmente meu marido faleceu dois anos depois do seu nascimento.

Mesmo sozinha eu consegui criá-lo bem, tenho certeza disso. Meu filho crescia cada vez mais lindo, inteligente e com boas maneiras, para minha total satisfação. Era sempre carinhosos e sempre ia muito bem na escola, tirando ótimas notas.

Mas as coisas boas não duram para sempre. Um dia eu me senti mal e alguns exames acusaram que eu teria pouco tempo de vida. Preocupei-me principalmente com o destino do meu filho. Não que eu não quisesse viver por mim, mas ele, por mais forte e independente que fosse, tinha apenas quatorze anos. Como iria sobreviver sozinho? Eu precisava de mais uns anos de vida. Queria tanto vê-lo crescer, talvez constituir família e continuar tendo aquele olhar carinhoso a iluminar minha existência.

Eu já estava num leito de hospital em estado terminal, só esperando a hora de partir, quando acordei me sentindo muito melhor. Os olhos do meu filho tinham discretas lágrimas. Ele não era de cair no choro facilmente, nem quando criança, mas pude perceber o quão aliviado estava. Ele segurou minha mão enquanto o médico me examinava e confirmava que eu estava curada. Milagre? Não sei. Os remédios não foram nada eficazes, não podia acreditar que no final eles tiveram utilidade. Eu sempre desconfiei que meu filho não era como os outros garotos. Ele tinha algo diferente. Uma aura, uma força inexplicável o cercava, e percebendo isso passei a crer que ele foi o verdadeiro responsável pela minha recuperação.

Com a saúde recuperada, passei a sair mais e conheci um bom homem por quem me apaixonei. Nós nos casamos algum tempo depois. Esse homem também tem um filho, um garoto muito agradável.

Ainda sinto falta do meu primeiro marido, mas sei que ele está cuidando de nós, inclusive da minha nova família. Meu filho aceitou bem a minha decisão. Temi que ele fosse contrário à idéia de mais pessoas dividindo o espaço que era exclusivo nosso, mas ele não só aceitou como vive muito bem com eles.

Meu filho tem segredos, sei disso. Ele que nunca foi de ter grupos de amigos, mas agora vive o tempo todo com uns garotos e garotas pra todo lado. E às vezes demoram dias sem dar sinal de vida. Investiguei e descobri que a maioria desses garotos são rebeldes e malvistos, mas fui mais além e descobri também que são boas pessoas, então sei que meu filho está seguro na companhia deles.

Hoje, enquanto espero no meu quarto por uma “surpresa” do dia das Mães, releio a carta que Shuuichi escreveu para mim e entregou nas minhas mãos minutos atrás, me fazendo prometer ler apenas depois da nossa pequena comemoração. Mas eu estou muito ansiosa e não vou esperar mais. Ouço um barulho na cozinha. Meu marido cozinha bem e Shuuichi o ajuda. Resolvo abrir o envelope e leio as belas letras.

Após reler a carta diversas vezes fecho os olhos e reflito sobre tudo aquilo que acabei de ler. Meu filho diz que ama um rapaz, um dos seus amigos que freqüentam a nossa casa. Aquele garoto de olhos castanhos, e lembro que percebi o quanto eles eram unidos e que ao seu lado Shuuichi fica bem mais alegre e descontraído. Na carta ele diz também que não quer me magoar, que me ama muito e se for para minha felicidade ele não hesitará em sacrificar a sua e permanecerá ao meu lado e longe dele para sempre.

Batidas na porta me tiram dos meus pensamentos. Meu marido me faz usar uma venda nos olhos como todos os anos e me leva até a sala onde um belo almoço do dia das Mães me aguarda. Sento-me e removo a venda: a primeira coisa que vejo são os olhos verdes do meu filho. Aqueles mesmos olhos que me trouxeram de volta à vida. Antes que todos comecem a discursar, vou até ele e falo baixinho em seu ouvido:

-Sua felicidade é a minha. Isso é tudo o que me importa.

A expressão dele é idêntica à de quando acordei recuperada. Uma expressão de alegria, alívio e muita felicidade. Volto para minha cadeira enquanto meu marido e meu enteado me cercam de presentes e mimos.

Shuuichi se aproxima de mim e de sua mão brota uma rosa vermelha linda como nunca vi antes. Ele não tinha nada na mão segundos atrás, não faço idéia como fez isso, mas não importa. Eu não falei que meu filho é especial?


Fim

 

 















Ivan.champion - 2006-10-24 19:17:45
Adorei a sua fanfic, Foi escrita perfeitamente como a Shiori pensaria *___*




Ana Amamiya - 2005-06-05 19:10:27
Ai que liiiindo! Kawaii, fofo, tudo de bom! Tô assistindo os episódios de YYH [tô ainda no Torneio das Trevas] mas ainda não vi muita coisa da família do Kurama. Pelo jeito são tão maravilhosos quanto ele! Novamente vc acertou June! Abraços, Ana.






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