Meu Anjo

Tradução: Majin Lu
Pokémon - romance - original
15 anos - aguardando continuação


 

Meu Anjo – Mi Angel - Autora: Sumi –Chan; Tradutora: Majin Lú

Nota da autora: Pokémon não me pertence e não ganho nada escrevendo isso. Se o faço é porque gosto de fazê-lo

Nota da tradutora: Pokémon não me pertence e nem este fic, que é uma obra da ficwritter Sumi, que me autorizou traduzi-la do original espanhol para o português. ^^ ah.. os fanarts são meus^^

 

MEU ANJO

CAPÍTULO 1: NOITE - NOCHE

 

DE AMOR NÃO SE MORRE, MAS SE PODE SOFRER TANTO QUE ACREDITA MORRER... (Aquino)

 

A noite era avançada.

Era pleno começo do verão e a temperatura havia subido consideravelmente.

Uma suave brisa carregada de exalações perfumadas, ajudada que a morada era de alguma maneira agradável.

A tênue luz da lua entrava debilmente através dos vidros de uma janela entreaberta. Iluminando vagamente um escuro cômodo mobiliado com singular elegância. Descobre-se sob essa claridade quase fantasmagórica, a delicada silhueta de uma jovem, ao parecer dormida, sobre um confortável sofá.

O cabelo ruivo escuro caía sobre seus ombros descobertos, chegando ao meio das costas aproximadamente. Ressaltando da melhor forma a pálida forma de seu rosto. Tinha a bochecha apoiada em uma mão e o resto do corpo estava reclinado sobre o sofá.

A garota não aparentava ter mais de dezessete anos.

De seus olhos entre-fechados se podia ver o belo aquamarino de suas pupilas, que se distinguia perfeitamente entre os largos e negros cílios, que sombreavam o contorno de suas pálpebras.

O relógio rompeu o longo silêncio, dando as badaladas que indicavam meia-noite. O eco retumbou por somente alguns segundos.

Um débil respingo se escapou de seu peito ao ver a hora em seu relógio de pulso. Depois de alguns minutos que ficou alerta, sepultou o rosto entre seus brancos braços e o cabelo ruivo escondeu a aparente preocupação de seu semblante.

Por fim a calma ajudou, o sono a vencia e, rendida pelo cansaço e pela inquietação, acabou dormindo sobre o conforto do sofá.

Depois de algum tempo, a lua se refletia em um estranho anel de ouro que brilhava em seu dedo anular esquerdo. Uma aliança de casamento.

O diamante cintilou baixo a luz por só um momento, logo do qual, a pedra pareceu se opacar e enfraquecer, sumindo-se no tranqüilo sono de sua portadora.

 

Era perto das três da madrugada, quando a porta principal se abriu e a débil claridade que vinha de fora deixou vislumbrar uma imponente silhueta masculina.

Um jovem de não mais de dezoito anos entrava no lugar com passo suave, como se não quisesse fazer algum barulho. Fechou cuidadosamente a porta e estava para subir a escada situada num canto do recinto, quando seus olhos amendoados descobriram o corpo dormido da garota.

Por um momento pareceu indeciso, passou a mão no cabelo e logo se dirigiu até lá.

O rapaz se deteve frente a ela, observando como dormia. Seu rosto franziu, mas isto não durou muito. Depois de um tempo a expressão de seu rosto se suavizou e seus olhos se enchiam de ternura.

Se ajoelhou e estendendo uma mão afastou uma mecha de um ruivo cabelo, que cobria parte do agraciado rosto da jovem, e inclinado-se depositou um suave beijo em seu pescoço. Sua pele tinha esse perfume de jasmim que tanto gostava.

Ela somente deixou escapar um suave suspiro.

-Misty... acorda amor.

- A jovem entreabriu lentamente os olhos -Ash...?

-Sim, sou eu.

Ela se incorporou, esfregando os olhos com uma mão. O olhou seriamente:

-Ash, onde você estava? Não tem idéia de que horas são?

Ele suspirou, sabia que perguntaria isso.

-Já sabe, saí com Dylan e Thiago. Os rapazes me convidaram pra comer depois do treinamento e não pude dizer não pra eles.

-Mas você me prometeu que nesta noite jantaria comigo! Passei a maior parte da tarde preparando seu prato favorito e...

 

Ash mordeu o lábio. Havia esquecido....

 

-Misty sinto muito.... - mas até para seus próprios ouvidos a desculpa soou tão inverídica.

 

Ela o rechaçou: - Sempre diz o mesmo.

 

-Amor, me perdoa. Eu esqueci.

 

-Todos os dias esquece. -Misty o olha fixamente - logo chegará o dia em que vai esquecer de mim também. -baixou a cabeça enquanto soltava um suspiro. Ash levantou com um dedo seu queixo e a obrigou carinhosamente a ficar de pé junto a ele.

-Me importo com você... - sussurrou observando-a ternamente.

-Você mente.

- Ele riu: -Misty...

-Mas Ash... - E antes que a jovem pudesse seguir falando, ele aproximou seus lábios aos dela e fez o único que lhe faltava fazer: A beijou.

Depois que ambos se separaram, Ash ainda manteve seu rosto frente a ela. Observou seus imensos olhos cristalinos. Por que lhe parecia que algo andava mal?

-Te amo - lhe dizia enquanto beijava a mão da moça, a que levava a aliança: -E por isso que é minha esposa, certo?

Misty apoiou seu rosto no ombro dele, deu um largo suspiro, enquanto sentia que ele acariciava suas costas. Fechou momentaneamente os olhos. Realmente queria acreditar desesperadamente que nada estava passando. Mas os pequenos desplantes como esse chegaram a ascender uma pequena luz de alarmo em sua mente. Sabia que ambos eram jovens demais e inexperientes, e que ainda não haviam se acostumado um ao outro.

Lutou com essa inquietação por muito tempo, até que se converteu em uma dúvida pulsante, que já não podia tirar de sua cabeça.

Se moveu de seu ombro até vê-lo frente a frente.

-Ash...

-Hmm...?

Viu a expectativa nos olhos dele esperando que ela falasse. Deveria dizer a ele o que pensava?

Ficou em suspense por uns segundos e desistiu.

-Não, nada. -deslizou um dedo no rosto dele -Que eu também te amo.

O rosto de Ash relaxou e dedicou um sorriso. Misty se pôs nas pontas dos pés e beijou seus lábios entreabertos. Com outra carícia longa e doce.

-Bem, já é tarde demais... Vamos dormir. -finalizou pegando o jovem pela mão e guiando-o pela escada.

-Esse é um convite que não posso negar...

Ela somente sorriu: Amanhã será outro dia e...Terei a cabeça mais relaxada. Poderei pensar com maior clareza.

 

Quando Misty acordou a manhã já estava acabando. E os raios de sol que estavam altos entravam vividamente pela janela aberta.

Virou para o outro lado da cama, vendo que estava vazia.

Esticou seus braços e pôs a cabeça na almofada. Não havia pregado um olho durante toda a noite. Só podia pensar e meditar em algo que havia dado voltas em sua mente fazia bastante tempo. E esse algo, passou a converter-se, em questão de dias, em uma decisão que parecia ser a única solução razoável. Misty fechou os olhos com força, em vão, para ignorar a enxaqueca que havia ficado como saldo de sua falta de sono.

Se sentou, saltando da cama. Já de pé, se dirigiu ao banheiro para lavar seu rosto e tirar as olheiras.

Quando desceu pra o café, já havia se passado uma hora.

-Olá Misty! Está radiante!!! - exclamou Brock, quando a jovem descia a escada rumo à sala de jantar.

-Ela sempre está radiante. -Interveio outra voz masculina que vinha detrás de quem falou primeiro. E Ash (pois era Ash), lhe estendeu a mão.

Misty aceitou seu gesto de cavalheirismo e estendeu sua mão para que ambas se entrelaçassem. Essa manhã ela usava um ajustado jeans oxford água-celeste com um sweater de lã cor creme. O largo cabelo estava preso.

Bom dia. -disse finalmente aproximando dos garotos. Saudou a ambos com um ligeiro beijo no rosto.

Ash se surpreendeu com esse gesto frio. Misty NUNCA era de beijá-lo dessa maneira. A olhou, se via pálida. Mais do que de costume. Lhe perguntou:

-Olhe Misty, você se sente bem?

Ela se virou pra ele: -Não dormi muito bem e estou com uma enxaqueca terrível. Só isso.

Os três se dirigiram à mesa. Ash puxou uma cadeira em cortesia para que a jovem se sentasse. A mesa estava servida.

-Não vão comer algo?

-Não Misty. Nós já comemos. Como você - disse Brock.

-Aqui tem barras de cereal.

-Obrigada Ash. Minhas favoritas. Não, não me serve café... Me enjoa... com suco de laranja está bom.

-Ok.

Misty tomou um gole do suco de frutas: - Hein brock, pensei que viria com minha irmã.

-Na verdade esse era nosso plano inicial. Lily estava louca pra te ver, mas Daisy precisava de alguém que tomasse conta do ginásio. Assim ela virá depois.

A jovem assintiu tristemente.

Ash pegou uma barrinha de cereal: -Bom, eu vou treinar. Dylan, Thiago e eu queremos participar de uma competição só para mestres pokémons e treinamos muito duro pra sermos selecionados.

-Sorte Ash... faz tempo que deixei esse mundo. - observou Brock - Que você possa entrar neste torneio.

-Obrigado Brock, a gente se vê. - O jovem se inclinou para beijar a cabeça de Misty, quando ela pegou a mão dele impedindo que se fosse.

-O que foi?

-Podemos conversar? - A garota perguntou suavemente.

Ash notou um tom grave em sua voz: - Amor, não pode ser nesta noite?

-Temo que seja muito tarde.

-Está bem.

Misty se levantou: -Mas não aqui. Lá fora, lá poderemos conversar tranqüilamente.- e virou até Brock: - Com licença.

-Toda.

Ash caminhou com má vontade atrás dela. Se dirigiram à área, onde um grupo de árvores proporcionava uma agradável sombra, ante ao terrível sol do meio-dia.

Misty o soltou.

-O que acontece?

-Ash, eu... tenho estado pensando muito.

-Misty não vai começar esse assunto outra vez.

-Me escute.

O jovem levantou o tom de voz:- Não! Escute-me VOCÊ. Não sei que idéia tem na cabeça, mas já me cansei de discutir sempre pelo mesmo.

-Como pelo mesmo? -Misty se afastou dele.

-Porque te conheço demais... como você conhece a mim.

Misty só o olhou apenada.

-O problema é o torneio, certo?

Misty suspirou: Deus quisesse que fosse somente isso, mas a competição era só uma das tantas coisas...

-Vê? Vamos começar a discutir sobre isso, porque você não quer que eu participe e porque desconfia de Dylan e Thiago.- disse Ash -Porque meus amigos não te agradam.

-Não é isso.

-Não? E então o que é? -perguntou o jovem um pouco irônico.

Somos nós. - Misty deslizou sua mão sobre seu rosto aplacando umas pequenas gotas de suor -Nós somos o problema.

-Não! O problema aqui é VOCÊ! - gritou Ash - Você não me deixa viver, não me deixa fazer nada... Me sufoca! Por acaso tenho que pedir permissão para respirar...? - se deteve, baixou o tom de voz - Não quis dizer isso... eu...

Os olhos de Misty se encheram de lágrimas: - Eu sabia.

-Não quis dizer isso, amor... -Ash se aproximou rapidamente, mas ela se afastou.

-Você disse - secou com a manga do sweater algumas lágrimas: - Só era uma questão de tempo...

-Me perdoe, não pensei no que dizia.

-Mas é o que sente -Misty o olhou, Ash se via pálido: -Sabe? Talvez nunca deveríamos ter nos casado.

-Por que fala assim?

Ela sorriu debilmente: -Talvez nosso destino nunca se cruzou e ...nós interpretamos tudo mal... Nossa relação não estava determinada ao matrimônio.

-Misty sabe perfeitamente o quanto nos custou convencer nossas famílias para que nos dessem permissão para casar. Não tem sido fácil, considerando o quão jovens somos.

- Aqui está o ponto. Somos tão imaturos, nunca devíamos ter nos casado, Ash. Não entende? Nunca concordamos com algo, nunca pensaremos da mesma forma... Ambos somos iguais e também tão diferentes.

-Quer me machucar, não é assim? Pois está funcionado...

Misty sacudiu a cabeça: -Só quero que me entenda. Foi um erro casarmos... Não estávamos preparados pra isso.

-Era o que queria me dizer ontem à noite?

-Sim, só que não tive coragem. Ash... isto não me ocorreu da noite pro dia. Faz tempo que dá voltas em minha cabeça... E não quero aceitar isso - a voz se quebrou.

O jovem acabou com a distância que ainda os separava e a envolveu em seus braços. Misty se prendeu a ele por uns segundos, mas logo se afastou:

-Não...- sussurrou - Não faça isso, não me toque.

-Amor, por que está fazendo isso?

-É algo inevitável. O que havia dito antes acaba de se confirmar. Se havia alguma dúvida, ela se comprovou em tuas palavras.

-Misty, não é o que sinto. Foi a ira que me fez dizer isso... - Ash estendeu uma mão para pô-la em seu ombro, mas ela moveu a cabeça com gesto triste e retrocedeu.

-É o que quer? - ele perguntou cruzando os braços.

-Não é o que quero. É o melhor para nós. Entenda por favor.

-Não, não quero entender. Porque não quero me separar de ti, porque te amo. -Ash ignorou o rechaço dela e aproximando-se tomou o rosto dela entre suas mãos.

Ela ficou indefesa ante a ação do jovem, só observou os cálidos olhos amendoados de Ash que pareciam se umedecer:

-Eu também de amo, te amo demais... mas...

Ele não a deixou terminar, se aproximou até ficar escassos milímetros de seus lábios. Logo os entreabriu para encontrar-se com os dela, unido-os em um apaixonado beijo.

Misty alcançou relutante seus ombros e cruzou seus braços atrás da nuca de Ash. Tratava de não pensar, enquanto correspondia com os seus a esses lábios doces. E sentia a compassada respiração dele harmonizando com a dela. Só queria desfrutar deste terno momento. Ainda que fosse o último.

‘Misty alcançou relutante seus ombros...’

 

Quando se separaram, o fizeram lentamente. Tratando de recuperar o fôlego. Ela ficou olhando-no nos olhos e suavemente apoiou sua cabeça na dele:

-Ash... -murmurou - Por que o faz tão difícil?

-Porque te quero.

Misty deixou escapar lentamente o ar dos pulmões. Retirou os braços do pescoço dele:

-É uma decisão tomada.

-Uma separação...?

-Será melhor... -Misty se afastou - Com o tempo você vai me agradecer.

Ash ficou parado, vendo como ela se ia:

-Posso deixar o torneio... Mas, por favor, não vá... -murmurou.

Misty se virou: -Não me diga isso... não tem que se sacrificar por mim - colocou um dedo em seu lábio: -Não poderia suportar seu olhar de reprovação por obrigar-te a renunciar a algo que, por minha culpa, não pode realizar.

-Mas...

-Não Ash. Não é assim... - ela suspirou - Pode parecer egoísta e... é que te quero só pra mim. pra mim. Não quero compartilhar você com nada, nem ninguém. Entende?

-Mas já me tem todo pra ti.

-Não. Eu te compartilho. Te compartilho com teus amigos, te compartilho com as competições. E não é o que desejo, quero ocupar todo teu coração. Não uma parte.

Ash a olhou, uma vez mais. Agora sabia a que se referia. Agora entendia perfeitamente. Ela tinha razão.

Misty entendeu o silêncio dele. Timidamente de aproximou dele e deu um rápido beijo no rosto dele:

-Sorte... ainda que estou certa que não precise. Nasceste sob uma boa estrela, sabe? -expressou-se com voz baixa - Adeus.

Ash a agarrou pelo braço: -Espere...

-Basta, por favor... –ela lhe suplicou, seus olhos começaram, novamente, a encher-se de lágrimas: -E não me procure. Se o destino quiser que fiquemos juntos, ele se encarregará de nos cruzar.

Ash observou como ela se distanciava, baixo as árvores rumo a casa.

 

Brock se afastou da janela, havia sido testemunha de toda cena e, ainda que não ouviu o que passava, o fim era mais que eminente.

 

Misty subiu pesadamente as escadas, o corpo lhe parecia de chumbo. Abriu a porta do quarto. Tudo estava em perfeita ordem e em seu devido lugar.

Se apoiou na cômoda, enquanto corria o lugar com o olhar, até que sua vista ficou embaçada por causa das lágrimas.

Tentou conter o choro em sua garganta, enquanto que secava rudemente os olhos com a manga do sweater.

Começou a andar até o armário. Dali tirou uma pequena mala vazia, a abriu e colocou na cama.

Fez várias viagens no quarto, indo e vindo. Dobrando e guardando sua roupa, até que metade do armário ficou vazia.

Fechou a mala e se sentou na cama. Sua vista se deteve em um porta-retrato. Estendeu sua mão e o pegou da mesinha onde ele estava.

Admirou a fotografia por um minuto. Era uma imagem de seu casamento, tirada um ano atrás.

Virou o retrato, com a face pra baixo da mesa e limpou uma lágrima, que solitária deslizava sobre seu rosto.

Se deixou cair, sobre o colchão, enquanto aspirava grandes quantidades desse ar familiar que havia se acostumado a respirar.

Uma sensação de angústia nasceu em seu estômago. Sentiu que um estranho pavor a detia e a sufocava. Náuseas. Algo ácido e quente subia por sua garganta ao tempo em que a vontade de vomitar era iminente.

Suando frio tratou-se de se levantar e correu pro banheiro...

 

 

-De verdade, não quer falar a respeito?

-Não, Brock. Obrigado. -respondeu um Ash melancólico.

-Não tinha que sair?

O outro jovem respirou: -Não tenho vontade de sair. Sinto que estou morto.

 

Misty colocou as mãos embaixo da torneira aberta. Vendo como o líquido corria por seus dedos. Se inclinou e refrescou seu rosto e pescoço com a água fria.

Seu mal-estar começava a diminuir.

O líquido incolor era como um bálsamo para ela.

Viu seu rosto úmido no reflexo do espelho; as gotas de água corriam sobre suas bochechas e pingavam na porcelana do lavabo.

Suspirou, pouco a pouco sua pele recuperava a cor natural.

Molhou o cabelo e pegou uma toalha para secar apenas seu rosto. Já quase se sentia melhor.

 

Brock se virou quando ouviu passos na escada. Ash seguia retraído e melancólico, observando pela janela. Com os ombros baixos e as mãos no bolso sua calça guerrilheiro.

Misty desceu o último degrau e o olhou. Ele lhe dava as costas e parecia decidido a ignorá-la.

-Está certa do que está fazendo? - a voz de Brock interrompeu seus pensamentos.

-Colocou a mala no chão: -Sim.

-Misty...

-Escute, Brock. É o melhor, de verdade.

-Olha, não sei o que passou entre vocês, mas creio que está se precipitando. As decisões importantes se tomam quando os ânimos estão calmos.

-Eu sei. -ela apertou carinhosamente sua mão: -Isto deve ser pensado com tempo.

-Então...

Misty o abraçou: - Adeus, Brock. Creio que chegou o momento de nos despedirmos... Engraçado, você chega e eu que me vou.

Ele não contestou, só abraçou sua amiga com profundo pesar.

-Brock, não me faz isso, não chore... Ou vai me fazer chorar também... -um soluço sufocado cortou a frase. O jovem chorava como um menino: -Brock...

-Sinto muito. -contestou uma voz quebradiça - Não pude evitar.

Misty devolveu seu abraço, enquanto sentia como seus olhos se aguavam. Piscou várias vezes tentando conter as lágrimas, mas estas encontravam uma rápida via de escape, deslizando por seu rosto. -Vou sentir saudades Brock. - se endireitou.

-Eu também, cunhada.

Ela sorriu: -Cunhado. -Logo se virou a Ash, que seguia dando-lhe as costas. Ao parecer não queria vê-la e nem se despedir. Ela mordeu seu lábio inferior com pena: -Brock?

-Sim?

Misty virou seu rosto até ele: -Cuida muito do Ash....

-E quem cuidará de você?

-Eu estarei bem. -olhou seu relógio de pulso -Será melhor que eu vá, se quero alcançar o bus.

Deram um outro abraço, mais relaxado e pegando sua mala no chão, a garota saiu de lá sem virar o rosto nem uma vez. -É o correto, é o correto....

 

 

Ash pegou café da cafeteira e buscou uma xícara. Derramando nela o líquido escuro e fumegante:

-Quer um café? -perguntou dirigindo-se a seu amigo.

Este o observou duramente: -Ash, o que passa contigo? Misty acaba de ir e você me oferece café?

-Eu não a expulsei, Brock. Ela se foi por decisão própria... por capricho...

-Pois neste momento, parece mais imaturo que ela.

-Você também vai me dar sermão? Já tive discurso suficiente por isto.

-Não, não quero te dar sermão.

-Então?

-Quero que reconsidere.

-Não.- afirmou Ash firmemente - Já me rebaixei o bastante.

Brock ficou em silêncio.

 

Tempos depois, a noite chegou, e Ash se encaminhou até seu quarto. Pelo corredor, os ecos retumbavam rompendo o melancólico silêncio.

Abriu a porta e entrou. Estendeu a mão para o interruptor, mas se deteve. Não suportaria ver o vazio que ela havia deixado.

Correu as cortinas da janela, para que a pálida lua iluminasse levemente parte do quarto. Voltou sobre seus passos e descobriu o retrato virado sobre a mesa. O levantou e sem olhá-lo, o deixou cair em uma gaveta que havia aberto.

Se sentou na borda da cama, sem saber o que fazer. Havia tanta quietude no ambiente, que ainda podia ouvir os familiares passos de Misty, o som suave de sua voz que lhe perguntava algo e até sua deliciosa essência de jasmim parecia flutuar no ar.

Suspirou. Nunca poderia se acostumar com essa solidão.

A luz de algo brilhava em plena escuridão tirando-o de seu estado de autocompaixão. Se moveu, e o brilho fulgurou com maior precisão.Se incorporou e descobriu que o misterioso brilho passageiro pertencia a algum objeto sobre a pequena mesa de nogueira, junto a cama. A aliança de Misty.

Ash segurou o anel entre seus dedos polegar e indicador, o elevou a altura dos olhos e observou como o diamante azul cintilava sob a lua.

Começou a estremecer-se e um amargo gemido escapou de sua garganta. Pranto.

As lágrimas queimavam seus olhos e, depois de se conter por tanto tempo, finalmente aflorou o nó que oprimia seu peito. Cobriu o rosto com as mãos e chorou, chorou como nunca havia chorado.

 

‘Começou a estremecer-se e um amargo gemido escapou de sua garganta. Pranto

 

 

Duas semanas depois:

Misty estava com os braços apoiados no corrimão da sacada, com a cabeça reclinada sobre eles.

A tarde morria, e o céu sepultava seu calor alaranjado baixo ao escuro azul do crepúsculo.

Levantou o olhar e seus olhos aquamarinos buscavam o infinito. Esteve neste estado de abstração por quase uma hora, logo parecendo recordar porque havia saído.

Olhou o relógio em seu pulso e suas sombracelhas se arquearam de surpresa. Uma vez de pé abandonou a sacada.

Já era noite.

Ascendeu a luz com pressa e caminhou com certo nervosismo ao banheiro. Se deteve em vão no umbral, como se lutasse consigo mesma.

Se decidiu e tomando uma grande bocada de ar estendeu a mão até o interruptor, apertando-o, fazendo com que o lugar não ficasse mais as escuras. Se aproximou do lavabo e inclinou-se até algo que seus olhos haviam descoberto.

Um sorriso se formou em seus lábios, enquanto que suas pupilas se aguçavam. Instintivamente levou ambas as mãos em seu ventre.

-Deu positivo...

continua...

**********

 

-Misty... está bem. -e completou em voz baixa -Não era isso o que queria saber...?

Me pergunto se alguém recorda que hoje é meu aniversário...

 

Ele riu: -No amor e na guerra vale tudo.

 

-O suficiente como... para se casar comigo...?.

 

NÉVOA - NIEBLA

 

Tradutora: Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. Apesar de ser um fic de Pokémon, até agora deu pra perceber que não apareceu nenhum ratinho amarelo com bolinhas vermelhas. ^^ Esta é, como vocês poderão ver nos demais capítulos, uma bela história de amor, com encontros e desencontros. O que me chamou a atenção quando vi este fic pela primeira vez foi o fato do título original ser em português: MEU ANJO (Mi Angel) é uma obra da ficwritter Sumi-chan, da Argentina. São vários e longos capítulos e espero que a minha tradução esteja a altura do original ^^ Nos vemos ^_^

AAML Forever!!!!!! ^^

 

 

 

 



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Adrielle Hyuuga - 2013-10-01 13:28:21
cadê o resto ? você disse que tava completa mas não ta T.T pooosta logo *-*




larafer_59@hotmail.com - 2011-02-20 21:09:33
to adoram essa historia demais tomara que tudo serto com misty e ash quando vai terminar de postar o fic toloca pra saber o vai acontecer bjs posta loga ta




ninha10 - 2010-11-01 16:21:15
majin-lu,quando vc vai postar o outro cap.traduzir demora,da pra perceber,mais,enventa o cap.pelo amor de deus,continua,to quase tendo um treco de curiosidade,meu pai,to a 1 ano[cadastrei faz pouco tempo,mais ja lia as historias do site a muito mais] querendo ver a continuaçao,vai pliss




Tati_Rock - 2010-08-15 15:34:30
*.* A-M-E-I !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! plixxx cont, tô morta de vontade de ver o resto!!!!! *desmaiando* o q o Ash e a Misty vão aprontar?? quero saber TT.TT




Mire-chan - 2010-07-14 17:58:33
AIII CONTINUA LOGOOO, VI PRIMEIRO NO MISTY SHRINE E FICAVA LOKA TENTANDO ACHAR ATE KI ENCONTREI FF-SOL *NO MISTY SHRINE* E ENCONTREI O RESTO, MAS AGORA TA FALTANDO A MELHOR PARTE *CHORANDO* KI DROGA. PFV CONTINUA




Lia23 - 2010-03-15 22:06:33
vc num vai termina a historia nunca? to desanimada até.............




Lia23 - 2010-03-04 19:37:19
ta otima !!!!!!!!!!!!!! continua pf pf pf pf pf pf pf pf pf pf!!!!!!!!!!!!!






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