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Se eu fosse seu Flareon 2 - Aarrghhh! O grito veio do centro da floresta. Vários Pidgeys e Taillows voaram assustados. Em algum canto, deitado na grama, estava um garoto com cabelos verdes. - Seu filho de uma raposa! berrou o garoto, sentando-se Roselia! Roselia! Acorde! O pokemon de planta ficou de pé. Estava todo chamuscado. Drew pôs-se de pé e recolheu sua querida amiga. - Você me paga, raposa vermelha! berrou para o nada. Naquela noite, Drew não dormiu. Ficou acordado, deitado debaixo de uma árvore, olhando as estrelas. Precisava capturar aquela raposa infeliz! Aquela Flareon imbecil conseguiu escapar! Mas eu pego ela, se pego! Meu plano é perfeito! Eu pego aquela raposa infeliz, procuro pela May e... Ha! Nossos Flareons se apaixonam! Perfeito! Perfeito! pensou Drew. No dia seguinte, Drew voltou a caçar a raposa. Não demorou muito para encontrar algumas pegadas. Que pegadas pequeninas... Como um pokemon tão pequeno pode ser tão forte? perguntou-se o garoto. Depois de meia hora sob o Sol forte, ele finalmente ouviu o som que tanto esperava. Estava apenas a alguns metros. Drew começou a correr e viu quando a Flareon saltou de seu esconderijo. Não ia fugir dessa vez... - Vai, Nidoran! Um Nidoran macho saiu da pokebola. Era pequenino, parecia um bebê. Flareon parou de correr e olhou para trás. - Nidoran, chifrada! O pequeno Nidoran correu na direção da raposa e começou a chifrá-la. Ela se contorcia no chão, fazendo um ruído estranho. - Espera aí... Ela tá rindo! A Flareon usou seu lança-chamas e jogou o filhote longe. Drew chamou-o de volta e lançou outra pokebola. - Vai, Flygon! Tempestade de areia! O Flygon saiu da pokebola e bateu as asas, formando uma tempestade de areia. A Flareon foi capturada e rodou várias vezes no ar. - Agora, caudada! Flygon tentou acertar a raposa com a cauda, mas ela se contorceu no ar e mordeu a cauda do adversário. - Hiper raio! Buurrrf! A Flareon caiu no chão, inconsciente. Drew pegou uma pokebola e lançou no pokemon. A esfera mexeu duas vezes e então estabilizou. - Legal! A Flareon é minha! disse o garoto, jogando o cabelo para trás. Ele pegou a pokebola com cuidado, recolheu seu Flygon e caminhou lentamente para o centro pokemon. - Ele vai ficar bem , enfermeira Joy? perguntou uma garota de cabelos castanhos. - Sim! Vai! Não se preocupe. disse Joy Poderá pegar seu Bulbasaur daqui a duas horas.
- Puxa, obrigada! disse May. Sentindo-se mais aliviada, ela foi até um computador e mandou um e-mail para sua mãe, dizendo que estava tudo bem. Fazia alguns meses que viajava sozinha e, apesar de já ter doze anos, seus pais achavam que era uma garotinha ingênua. - Com licença, enfermeira Joy. disse uma voz conhecida Pode dar uma olhada nos meus pokemons? - Claro, Drew! Será um prazer! May virou-se lentamente para trás. Não conseguia acreditar! Ele estava ali! De novo! Só podia estar seguindo seus passos. - Ah... May! disse Drew, reparando na amiga Vejo que cresceu! May mostrou-lhe a língua e se virou de costas para não olhá-lo. - É... Muito maduro da sua parte... - O que faz aqui? - Vim curar meus pokemons. Posso? - Grrr! May dirigiu-se ao quintal do Centro Pokemon. Lá alguns pokemons pequenos brincavam. - Ei, May! disse Drew, indo atrás dela Espera, quero falar com você. - Falar comigo? Sei... Vai me pedir para ser minha raposa? - Seu raposo. corrigiu Drew E não. Não é isso. - Pois não se aproxime de mim! bradou May. Nossa, como ela tá irritada! pensou o garoto. - Por que não? Eu não mordo, tá? May olhou-o com desconfiança. Drew suspirou, sentindo que aquela seria uma longa conversa. - Veio pedir desculpas ao meu Flareon? Ele é macho, sabia? - Sim... Eu sei... - Tadinho do Flareon... Ela gosta de fêmeas... - Eu também! E não pense que eu fiquei satisfeito, tá?! Pra sua informação, aquele foi meu primeiro beijo! May olhou para ele espantada e começou a rir. O garoto sentiu o rosto corar. Por que estava dizendo isso a ela? - Hahaha! Seu primeiro beijo foi com um Flareon macho! zombou May. - Ah, é? Drew pegou um Psyduck que passava por ele naquele momento e esticou o braço até o bico do pato tocasse os lábios de May.
- Haha! Tome essa? Você é fêmea, pato? perguntou Drew, olhando o Psyduck Sim, é fêmea. E agora, o que diz? - Seu idiota! disse May, ficando de pé Foi meu primeiro beijo! Ela saiu correndo e pulou a cerca do quintal. Drew largou o Psyduck no chão e se perguntou se tinha exagerado. Afinal... Ela estava chorando... pensou, sentindo remorso. - Drowze? Acorde! chamava Joy Vamos, pequenino! Dentro do tubo de vidro, um Drowze dormia. Estava dentro de uma câmara de ar. Não acordava há dias. - Espero que não seja tarde demais... suspirou Joy. - Seus pokemons já estão descansados. disse a enfermeira com seu tom de voz meigo O que foi? perguntou, vendo a expressão de preocupação no rosto do garoto. - Eu briguei com uma amiga... - A May? - Sim... suspirou Drew Agora ela me odeia... - Ora, o que é isso? Vocês vão fazer as pazes mais cedo ou mais tarde. - Acho que não... O que eu fiz foi horrível... - E o que você fez? - Eu... Eu fiz ela beijar uma Psyduck. murmurou Drew. - O quê?! - Eu fiz ela beijar uma Psyduck! - O quê?! Hahahahaha! Joy começou a rir. - Eu sei... Foi engraçado, mas ela ficou brava. - Claro! disse Joy, ficando séria de repente Você é um insensível! Fez ela beijar um pato e ainda riu da cara dela! - Err... Você não tem muita moral para dizer isso, considerando que estava rindo há poucos segundos... Joy ignorou seu comentário: - O quão grave foi? - Foi o primeiro beijo dela... - Oh! Então é sério... - O que eu faço? - Peça desculpas. - Certo. - E leve seus pokemons. E os dela também. - Ok... - E... Drew? - O quê? - Aquele Psyduck é macho. Drew correu pela cidade até encontrar May. Ela estava na praça, mordendo um palito de picolé. - May! Até que enfim te achei! Ei, pára com isso! O picolé já acabou! - Ah, desculpe se não percebi! Acho que emburreci depois que beijei aquela Psyduck. - May... Tenho uma notícia boa... Mas, antes, pegue seus pokemons. Ele estendeu a mão e May pegou as pokebolas. Não agredeceu. - E qual é a boa notícia? - O Psyduck era macho! May sentiu o sangue ferver e desferiu um tapa na cara de Drew. Saiu de perto dele batendo o pé. - Ai! Ei! Isso dói! - Mas que droga! Ela só sabe reclamar! disse Drew, deitado em sua cama no Centro Pokemon. Não fazia idéia de onde May estava. Nem fazia questão de saber. Só queria dormir e esquecer aquela garota horrorosa. Dormiu. Sonhou que era um Flareon e que estava no colo de May. Ela o acariciava e sorria. Quando ele menos esperava, ela beijou seu focinho.
Drew acordou nesse momento e percebeu que beijava o travesseiro. Levantou-se assustado e decidiu ir ao banheiro lavar o rosto. Enquanto caminhava pelos corredores, pensava - Flary? Ele olhou para o lado e viu um Flareon. Por um instante, pensou que fosse o Flareon de May e quis chutá-lo. Depois lembrou-se que agora tinha uma raposa. - Vem aqui. Vem. chamou, agachando-se Ficou preocupada comigo, foi? Fico feliz! Vamos, vamos tomar um pouco de leite! Ele voltou a caminhar com a Flareon em seus calcanhares. Estava escuro e não enxergava direito. Em algum canto, uma sala ficou iluminada e sua luz piscou várias vezes antes de apagar novamente. - Será que houve algum problema? perguntou Drew, correndo até a sala. A porta estava trancada. Ele pensou em pedir ajuda a um dos seus pokemons para abri-la, mas, nesse momento, a porta se destrancou. Ele e Flareon entraram na sala. Havia vidro espalhado pelo chão. Sentado em uma espécie de cama, estava um Drowze.
Olá! disse o pokemon, por telepatia Eu sou o Drowze, o realizador de desejos!. - O quê? Você deve ser o Drew, o coordenador pokemon que tem uma quedinha pela May... zombou o pokemon psíquico. - Eu não tenho queda coisa nenhuma! Ah! Mas o que é isso? Sinto um desejo profundo em sua alma... Envolve flores e cisnes e raposas de cristal... - Não se atreva a dizer o resto! bradou Drew. Certo... Não poderia fazer nada a respeito mesmo... Não tenho poderes para intervir no amor... Mas, uma coisa eu digo, que encontro lindo seria... zombou Drowze. - Cala a boca! Hum... Você gostaria de ser um Flareon, né? Isso é algo simples de se realizar! Olhe lá! Tem uma raposa bem ali! Espero que não se importe de ficar no corpo de uma fêmea! - O quê? Como? AAAARRRGHHHH! - FLLLARYYYY! Ele estava em um campo florido. Estava perdido, chorava. Alguém o pegou no colo e sorriu meigamente. Era ela! Era aquela linda garota que tanto amava e que sempre via em seus sonhos! Ela estava dizendo alguma coisa... Eu te amo... Eu te amo?! Seria isso mesmo? - Drew! Drew! Acorde! dizia uma voz doce. - Drew! Acorda! Por favor! disse uma voz irritante. O... O quê? pensou o garoto, tentando recobrar a consciência. - Drew, reaja! - Por favor! Desculpe por ter batido em você! Por favor... Não morra... disse a segunda voz. Eu... Eu conheço essa voz... pensou Drew May? May! - Drew! disse May, começando a chorar. Não chore... Eu estou bem... pensou o garoto. Lentamente, ele abriu os olhos. Esperava ver o rosto preocupado de May a alguns centímetros. Esperava que ela sorrisse e começasse a dizer coisas sem sentido. Então ele a abraçaria e confessaria seu amor com um beijo. A imagem demorou um pouco para entrar Ei! Eu estou aqui! pensou Drew, indignado. Seria aquilo alguma brincadeira? - Drew! berrou May, entrando em desespero.
Espere... Drew olhou melhor e percebeu que havia um corpo aos pés delas. Estava imóvel e vestia roupas familiares. Sou eu! pensou Drew, mexendo os braços. Ele sentiu algo diferente. Alguma coisa estava se mexendo em sua cabeça e algo extremamente irritante fazia cócegas em suas pernas. Desesperado, ele levantou os braços e viu que estavam vermelhos e peludos e com garras enormes... Ele bateu na própria cabeça e agarrou as coisas que se mexiam. Eram orelhas! Ele levantou as pernas e viu que eram patas traseiras e... Ele tinha uma cauda. Ai, não! pensou Alguém me ajude! Ele abriu a boca para pedir ajuda, mas tudo o que saiu foi: - Flaaaaaaaaaaaaryyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy! May e Joy olharam para trás. Flareon estava de pé e girava de um lado para o outro sem sair do lugar. Parecia ofegar, se é que pokemons ofegam. Um gemido atraiu a atenção das moças. O corpo de Drew começava a se mexer, Lentamente abriu os olhos e se sentou. - Drew! berrou May Que bom! Você está bem! Ela se atirou em cima do garoto e o abraçou. Ele reagiu mal. Rosnou em uma língua desconhecida e cuspiu nela. - Argh! Não precisa fazer isso! ela disse, limpando o rosto com o lenço vermelho Desculpa! Eu não quis te ofender! Drew estava com a língua de fora, parecendo surpreso com alguma coisa. Ele olhou May e viu que ela mudava a expressão de séria para aliviada. Ele se aproximou e a cheirou. Ela cheirava a fêmea humana e a Flareon macho. Ei! Pare de cheirar a minha garota! pensou Drew, preso no corpo de sua Flareon. - Fla! Fla! Fla! Flareon! Fla! - Oh, olha! disse May Sua Flareon ficou preocupada. Ela pegou a raposa no colo e mostrou para Drew. Drew cheirou a Flareon e ficou horrorizado ao sentir seu próprio cheiro. Ou melhor, seu antigo cheiro. - Bem... Eu trouxe o meu Flareon. Assim ele pode conhecer sua raposinha. Flareon! Vem aqui! O Flareon de May entrou na sala e cheirou sua nova amiga com animação. A garota colocou a raposa no chão e sorriu ao ver o casal. - Formam um casal, lindo, né? Drew não gostou de ver o Flareon. O raposo chegou cada vez mais perto e cheirou seu bumbum. O que era aquilo, afinal?! - Bem, vamos tomar café, certo, Drew? perguntou May, puxando Drew (ou melhor a Flareon aprisionada no corpo de Drew) pelo braço.
Ela, Drew e Joy saíram da sala. E agora? O que eu faço? pensou o verdadeiro Drew. - Flary! Fla! (Pára de cheirar meu bumbum!) - Flary... - Flareon - Flare - Flareon - Flare?! (O quê?) - Flaron! Flareon - Flareon?! (Ash?!) - - Flary Drew olhou o Flareon com um expressão assassina. - Fla... Falry... (Ah... Desculpa...) - Fla... (Suspiro...) - - Flary? (Percebeu?!) - Flary flareon flare on ry! (Vou te ajudar a voltar ao normal!) -
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