- Quer saber por quê? ele gritou É por que você é uma menina burra e sonhadora! Não suporto isso em você!
- Ah, Severo... Só por que você é ranzinza e sem sonhos, eu não preciso sê-lo também! bradou Hermione, saindo da masmorra e batendo a porta.
O professor de poções levou a mão ao rosto e se sentou na cadeira. Tinha brigado com a bruxa... De novo.
É por isso que eu odeio adolescentes... pensou.
Depois de tomar um chá e ler uma revista sobre torturas medievais, Snape foi para seu quarto dormir.
Naquela manhã, todos foram atraídos pelo riso histérico de Hermione. Harry e Rony desviaram o olhar de suas tigelas de cereal e olharam a amiga como se temessem que ela tivesse perdido a sanidade.
- Ei, Mione... Tudo bem? perguntou Rony.
- Tudo! ela sorriu Só recebi uma mensagem ótima! disse, balançando a carta que estivera lendo.
- Certo... Melhor chamar a Madame Ponfrei. sussurrou para Harry.
- Preciso ir, meninos. disse Hermione Até!
Ela saiu do Salão Principal e os garotos trocaram olhares. Na mesa dos professores, Snape olhava a cena sem entender.
Mais tarde, na sala da Grifinória, Rony e Harry jogavam xadrez. O garoto da cicatriz tentava esquecer a carta que tinha recebido.
- O que é isso? indagou Gina, pegando a carta que jazia esquecida sobre uma mesa.
- Me dê! É minha!
- O que, Harry? É de sua namorada? Gina riu e começou a ler Oh, que lindo! Um casamento!
- Como, quando, onde e por quê? disse Rony.
- Em uma igreja, no segundo dia de férias, com um padre e... Porque o noivo é um idiota. disse Gina.
- Não entendi...
- Rita Skeeter vai casar, Rony. explicou Harry.
- Com licença.
Rony levantou-se, caminhou até a janela e começou a rir descontroladamente. Gina e Harry trocaram olhares. A garota deu de ombros.
- Tá certo, conta outra.
- Eu... Vou ser o padrinho do casamento. Harry abaixou a cabeça.
- Ai... murmurou Rony Bem... ele olhou o tabuleiro Xeque mate, Harry.
E a rainha vermelha foi destruída.
Nem Harry, nem Rony viram Hermione pelo resto da semana. Gina disse que a garota ficava horas na sala de McGonagall.
- Será que está fazendo dever de casa extra? perguntou o ruivo.
- Não creio...
As férias logo chegaram. Na véspera, Rony e Harry arrumaram suas malas e agradeceram por não terem de olhar Madame Norra e Filch por algum tempo.
- Onde está a Mione? perguntou Rony.
- Sei lá...
- Hum... Harry...
- Sim?
- Acha que ela gosta de mim?
Harry começou a rir. Rir muito, muito alto.
- Essa foi boa! Ei, que cara é essa? Ah... Tava falando sério, Rony?
No dormitório feminino, Hermione arrumava as malas, apressada. Colocou um par de sapatilhas rosa sobre um tutu bem delicadamente.
- Engula essa, Snape. Eu aquizinha vou para a segunda fase do concurso de dança.
Ela riu consigo mesma, fechou a mala e desceu as escadas. Encontrou Gina no caminho.
- Mione. chamou a ruiva Posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Acha que o Harry gosta de mim?
- Gina, ele arriscou a vida para te salvar daquele basilisco. Ou ele te ama, ou ele é suicida. O que, pensando bem, é bem possível.
- Mione! Fala sério! Eu quis dizer amor de verdade...
- Gina, você é linda, inteligente e meiga. Só falta ele perceber isso...
Gina suspirou e revirou os olhos.
- Rony vai te pedir em namoro nessas férias. Fique atenta.
Hermione deixou a mala cair.
- E quem disse que eu gosto dele? perguntou, corando.
Gina começou a assobiar.
- Oi, gente! disseram Harry e Rony, descendo as escadas Vamos embora?
Harry estava no casamento de Rita Skeeter. A repórter ainda não tinha chegado. Estava atrasada.
O bruxo olhava os sapatos, esperando impacientemente. Um brilho avermelhado chamou sua atenção.
- Gina?! exclamou.
- Harry? a garota virou-se para olhá-lo e correu até ele.
- O que faz aqui?
Será que ela me seguiu? Uau! Não sabia que fazia isso com as garotas! ele pensou.
- Eu... Eu sou a dama das alianças... ela disse, mostrando a cesta.
- O que?!
- Rita quis que a namorada do menino que sobreviveu estivesse em seu casamento... ela corou Vai entender...
- Ah... Harry ignorou a palavra namorada Aquele é o noivo? - perguntou, indicando um homem nervoso, que esperava no altar.
- Sim. É um trouxa.
- Gina, não fale assim do cara...
- Eu quis dizer não bruxo.
- Oh...
Uma música começou a tocar e Rita entrou na igreja. Estava vestida de rosa e segurava um buquê de rosas vermelhas.
- Até, Harry. disse Gina, correndo para entregar as alianças.
O casamento durou quase uma hora. No final, Harry estava quase dormindo em pé. Quase disse uhú quando ouviu a frase pode beijar a noiva.
Rita beijou o noivo com ternura, depois jogou o buquê para o alto. Várias mulheres solteiras correram para pegar.
- Que sono... murmurou Harry, espreguiçando-se.
Ele pegou o buquê por acidente. Todas as encalhadas murmuram um ah e voltaram para seus lugares.
- Ei... Harry olhou as rosas Eu não quero isso não!
- Harry! berrou Gina.
A garota largou a cesta de alianças, agora vazia, e correu até o garoto. Agarrou-o pelo pescoço e beijou sua bochecha.
- Quer ser meu namorado?
- Hum... Bom... ele olhou o buquê Claro!
Gina sorriu.
Valeu, amigão! ele pensou, apertando as rosas.
Hermione respirou fundo. Seria a próxima a se apresentar. Tinha treinado muito na sala de McGonagall sob supervisão da professora.
Ainda com o coração a mil, olhou em volta, buscando um rosto conhecido que não fosse o de seu pai.
Ele não veio... pensou, deprimida.
- Próxima candidata, senhorita Granger! chamou um dos jurados.
Ela caminhou até o palco na ponta dos pés e olhou pela janela. Chovia. Não havia ninguém nas ruas.
Ele não veio... pensou, ainda mais deprimida.
- Pode começar. disse o jurado.
Uma valsa começou a tocar, mas Hermione não se mexeu. Ficou parada, na ponta dos pés.
- Querida! berrou seu pai É pra dançar agora!
Ela suspirou e olhou o chão. Um estrondo alto chamou sua atenção. Alguém tinha aberto a porta.
Ele veio! ela pensou.
Hermione olhou pela porta e tomou um susto ao ver Rony. Ele acenou para ela, abrindo um sorriso idiota e foi se sentar ao lado do senhor Granger.
Ah... É o Rony...
- Boa sorte, Mione! disse.
Ela sorriu e começou a dançar. Fez pliês, jetés e tudo o mais que tinha aprendido nas férias passadas. Passou na segunda fase do concurso.
- Parabéns, filha! disse seu pai, correndo para abraçá-la assim que tudo terminou Espere aqui, vou ligar para sua mãe.
Ele saiu da sala, deixando Hermione e Rony para trás. O ruivo sorriu sem jeito e entregou uma caixa para a amiga.
- Como soube que eu estava aqui? ela perguntou, pegando a caixa.
- Gina. ele sorriu.
- Ah...
Ela abriu a caixa e quase caiu ao ver um lindo colar brilhante.
- É de prata?
- Biju. ele deu de ombros Foi tudo que minha mesada conseguiu comprar...
- É linda... Mas por que comprou para mim?
- Ora... Para dar sorte. ele sorriu Mione, sei que com certeza deve estar gostando de um cara mais velho, mais inteligente e mais bonito do que eu, mas...
Ela tossiu.
- Eu queria que soubesse que eu te amo de verdade! ele corou Mione... então ficou de joelhos Quer ser minha namorada?
- Oh... Rony...
Harry e Gina aproveitaram a hora do banquete e se sentaram em um dos bancos do parque que ficava em frente ao estúdio de dança. Chovia.
- Esse é o dia mais feliz da minha vida! disse Harry.
- Ei, essa fala é minha. disse Gina Espera, eu conheço aquele cara?
- Gina, eu sou seu namorado. Quer parar de olhar os outros caras?
- Não, Harry. Olha!
- Gina, eu não sou gay.
- Olha de uma vez!
Ele olhou na direção que ela apontava e viu que uma figura alta e encapuzada espionava um homem, que se dirigia ao seu carro, de longe.
- Deve ser um assaltante... disse Harry.
- Ele me é familiar... Bom, deixa para lá.
Do outro lado do parque, senhor Granger abria a porta de seu carro para levar Hermione e Rony para casa.
- Ah... disse a garota Esperem aqui. Esqueci uma coisa.
Ela entregou as sapatilhas a Rony e correu até a figura alta e encapuzada. Assim que a viu se aproximar, Snape virou-se de costas.
- Eu já vi você! disse Hermione, parando de frente para ele Aqui, olha! disse, mostrando uma fita Venci a segunda fase do concurso. Viu? Disse que eu não podia. Mas eu consegui! Falta isso aqui para eu realizar meu sonho de ser dançarina!
- Não diga bobagens! Não vai ir mais longe do que isso! ralhou Snape.
A chuva fina caía sobre os dois. Ninguém parecia notar a cena incomum que se desenrolava.
- Belo colar...
- Obrigada. ela sorriu.
- Bem... Mesmo ele não muda o fato de que é uma garota mimada e sonhadora.
- E mesmo um shampoo de quinhentas pratas não muda o fato de que seu cabelo é horroroso.
- Você é mesmo muito tolinha.
- Sou muito madura e inteligente para minha idade. Bobão. ela lhe mostrou a língua.
A chuva começou a apertar. Harry e Gina saíram do parque, correndo para a sorveteria mais próxima.
- Sabe de uma coisa? disse Snape É essa sua teimosia o que eu mais admiro em você.
Hermione não respondeu. Encarou o chão.
- Então... Não sou muito bom nisso... Mas queria dizer que...
- Eu te amo e quero que seja minha para sempre. a garota completou a frase.
- É.
- Rá! Sonhe. Chegou tarde, Snape. Já disse sim para o Rony. Somos namorados agora.
- O... O que?
- É. ela deu de ombros Ele que me deu o belo colar. Bem... Tchau...
Ela começou a caminhar, mas Severo a deteve.
- Mas... Por que... ele?
- Porque ele foi ver minha apresentação. Ele torceu por mim. E, quer saber? Sempre sonhei encontrar alguém que me amasse e me apoiasse de verdade. Hoje eu consegui isso.
Hermione abriu um sorriso vitorioso e correu para os braços de Rony, que olhava a cena confuso, obviamente sem reconhecer Snape.
- Vamos para casa, papai. ela disse.
Os três entraram no carro e partiram. Snape continuou na chuva.
- Ah... ele disse É por isso que odeio adolescentes...
Então pegou sua revista de torturas medievais e voltou a ler.