Capitulo 01: uma ultima vez!

No escuro do quarto, abraçando o travesseiro com força, uma jovem tenta conter os soluços “eu sou uma idiota” a pobre menina pensava mal de si mesma, ela culpava a si mesma por sua tristeza, talvez ela realmente tivesse culpa, mas o mais provável é que outra pessoa também a tivesse.
O pequeno raio de luz que passava por baixo da porta refletia nas lágrimas da menina “Eu não posso ficar com você” ela fecha os olhos com força e se deita na cama, apenas um fino lençol e o breu da noite cobrem seu corpo nu. Ela queria culpá-lo, queria dizer para todos que ele tinha se aproveitado dela e de seus sentimentos, mas para sua infelicidade nem isso ela conseguiria, ela sabia que não era verdade, ele nunca mentiu sobre sua situação, sempre deixou claro que o que acontecia entre eles apenas faria com que sofressem, mas de igual maneira ela não desistiu, mas agora tudo estava acabado. “Preciso falar com você.... venha até minha casa!” ela não tinha esperanças de felicidade quando disse isso a ele “Não podemos nos encontrar mais.. você sabe que se minha família descobrir...” os olhos frios dele a encaravam desde a porta “eu sei, mas queria te ver antes de ...” não teve coragem de falar, sabia que isso aconteceria desde o início, mas o coração sempre falou mais alto, e quando o coração fala a razão fica muda. “o que quer de mim?” Ela abaixou os olhos tristes “Quero estar com você uma última vez” ele se aproximou e levantou o rosto da garota com ambas as mãos “uma última vez...” sussurrou enquanto enxugava as lágrimas dela “Será que devemos?” Ela segurou a blusa dele com força “Por favor me ame uma ultima vez!” as lágrimas que momentos antes ele enxugara novamente escorriam pelo rosto da menina. “Nossa última noite de paixão terá um sabor de desilusão..... um triste sabor” ele juntou seus lábios aos dela e a amou pela última vez.

Quando ela fecha os olhos ainda pode vê-lo ali entre seus braços sussurrando seu nome enquanto beijava seu ventre, mas a partir desse dia a única coisa que terá dele serão essas recordações. Ela ainda se lembra com exatidão da primeira noite deles juntos, tinha sido algo tão mágico e talvez ela nunca fosse esquecer aquela primeira noite de amor que compartilhou com ele, porém a noite de hoje tentava roubar-lhe tão doces lembranças. A garota deitou de costas, o lençol tocou suavemente a pele de seu corpo, ela fechou os olhos e desejou que tão fraca carícia estivesse sendo feita por ele. “Será que conseguirei te esquecer algum dia?” abre os olhos com raiva de si mesma, mesmo depois de tudo.... não importa o que aconteceu entre eles, seu sentimento sempre foi verdadeiro, ela pensou estar vivendo um conto de fadas só que infelizmente o desfecho de sua história de amor não terminou com o conhecido ‘E viveram felizes para sempre’ .. Não se arrependia do que haviam feito, ela o amava e Ter se entregado de corpo a ele foi apenas o passo mais fácil, sua alma ela já tinha certeza de que nunca mais seria de outra pessoa. Ela permaneceu assim, como se estivesse meditando, durante um longo tempo. Fechou novamente os olhos e deixou que as lágrimas trouxessem de volta a sua mente as tristes imagens dessa noite, deixou que as lembranças uma vez mais invadissem sua cabeça, por que depois de hoje, depois dessa noite ela não pretendia se permitir mais chorar, essa noite tudo o que tinham vivido juntos ficaria para traz........ tudo!

*************************************************************
- Quero estar com você uma ultima vez - ele levantou o rosto dela com ambas as mãos.
Uma ultima vez .... - ele apenas sussurrou - Será que devemos?
Por favor me ame uma ultima vez! - novas lágrimas escorreram do rosto da garota e ele as enxugou com beijos, palavras tristes saíram dos lábios dele enquanto levava sua jovem amante para a cama, ela apenas chorou. Ela sentia o forte corpo dele sobre o seu, sentia suas mãos a tocarem com carinho, sentia os quentes beijos dele por seu rosto e pescoço e sentia a respiração quente dele intoxicada de paixão e desejo sobre sua pele, mas tudo o que ela conseguia fazer era chorar.
Esta doendo? Quer parar? - os olhos sérios dele a encaravam preocupados.
Esta doendo sim.. mas em outro lugar - ela lhe dedicou, entre lágrimas, um sorriso de genuíno carinho e amor.
Não chore, por favor! - ele a beijou, mas os olhos dela não pareciam querer secar nunca. Eles estavam se amando pela ultima vez, se tocavam pela ultima vez, ela sabia que isso era uma despedida e seus sentimentos falavam mais alto a razão, então a dor que seu coração sentia essa noite tomou conta do seu ser..... ela chorou durante todo o tempo que se possuíram, chorou enquanto tinha a companhia dele por algumas míseras horas... suas ultimas míseras horas.

A noite avançou silenciosamente e tinha chegado a hora da separação. Uma dor quase insuportável se instalou no peito de ambos, seus corações oprimidos batiam entristecidos, assim como seus olhos não tinham vida nesse momento. O homem se livrou dos braços dela e se levantou, ela não fez nada para impedi-lo, apenas ficou observando ele vestir suas roupas.
Chegou a hora... - ele sentou na cama, mas não a encarou. Eu sei - ela respondeu, sua voz era apenas um lamento. Ficaram alguns momentos em silêncio, logo ele segurou a mão dela e a acariciou de leve.
Quero que saiba..... - lágrimas escorriam dos olhos dela, só que no entanto ela ainda conseguiu impedi-lo de terminar a frase.
Não diga nada.......por favor.... - ele apertou a mão dela suavemente.
Eu não quero que terminemos assim, não quero que me ignore depois.... - ela soltou um soluço.
Por favor... não aumente meu sofrimento dizendo palavras de consolo... apenas... vá embora - o peito dele se agitou, mas ele não sabia dizer se era pela dor ou pela angustia que sentia ao vê-la chorando.
Eu nunca te esquecerei! - ele deu um suave beijo na mão dela e se levantou - ainda que muitos anos se passem.. ainda assim eu te guardarei em meu coração.... - ela fechou os olhos com sofrimento, mas não se negou a ouvir o que ele estava dizendo - Jamais esquecerei a alegria que você trouxe a minha vida... .... jamais! -caminhou até a porta e passando por ela o homem saiu da vida da moça, que entre lágrimas apenas moveu os lábio em um “Adeus” antes de se deixar dominar pela tristeza.

*************************************************************

A noite havia sido terrível, mas os dias seguintes não tinham sido menos dolorosos, ela tinha andado sem comer e por isso estava fraca, seus pais, principalmente seu pai, estavam muito preocupados, só que no entanto o sofrimento dela logo foi substituído pela emoção crescente de se saber que uma vida esta nascendo dentro de você.

Meu bebê...... Meu e dele....- lágrimas de alegria brotavam dos olhos dela enquanto acariciava seu ventre liso, mas a felicidade sempre desaparecia quando ela se lembrava que estava sozinha nisso, sozinha não, ela tinha seus pais, porém eles ainda não estavam sabendo que seriam avós. Uma parte deles, do amor deles, crescia dentro dela e talvez essa fosse a única coisa dele que ela teria para si, seu bebê ninguém poderia tirar dela.

Querida, podemos entrar? - era a voz de sua mãe, ela a chamava desde a porta, logo atras dela vinha seu pai.

Sim - a mulher sentou ao seu lado já seu pai a olhava preocupado de longe.

O que esta acontecendo com você querida? - a mulher tocou o ombro da menina - eu e seu pai estamos preocupados com você! - a jovem abaixou os olhos - o que esta te preocupando? Não quer contar para nós? - ela abaixou a cabeça envergonhada. Será que eles entenderiam? Ela abraçou os joelhos e escondeu o rosto entre as pernas.

Eu me apaixonei mãe - a Mulher sorriu, um sorriso como aqueles ‘eu já suspeitava’ - e acabei me entregando a essa paixão - a menina soluçou - e agora levo dentro de mim o fruto desse amor! - sentiu a mão de sua mãe apertar suavemente seu ombro, mas os olhos frios de seu pai sobre si a incomodou bastante.

Você esta... grávida? - ele não parecia querer uma resposta positiva.
Estou.
Quem é o pai? - a voz rude de seu pai fez com que ela tremesse.
Isso não importa - ele deu um soco na parede, que quase se partiu em duas.
Um desgraçado se aproveitou da minha filha! Isso me importa! - ela levantou o rosto e encarou seu pai.
Ninguém se aproveitou de mim, eu fiz por que eu queria, ninguém me obrigou - ela soltou um suspiro entre lágrimas ,o homem a olhou espantado, logo respirou profundamente e tentou se acalmar.
Diga quem é o pai.. ele tem que saber. - se aproximou dela devagar
Eu não quero que ele saiba - ele levantou o rosto da menina e fez com que ela o encarasse.
Minha filha... minha menininha - o homem acariciou o rosto de sua filha - ele deve saber.. ele tem o direito de saber.
Não quero pai - ela segurou a mão do pai com as suas e a beijou - não quero estragar a vida dele.
Mas e quanto a sua vida? - algumas lágrimas caíram do rosto dela.
Minha vida a partir de agora será cuidar do meu bebê... essa criança é a única lembrança que terei dele - o homem abraçou a filha e fez carinho em sua cabeça.
Ao menos para mim... diga quem é o pai..- ela soltou um soluço.
De nada adiantaria.. já tem alguns dias que nos separamos definitivamente.. ele é casado.. não iria trocar sua família e esposa por nossa causa.... me desculpe pai... - o homem foi capaz de sentir a tristeza que inundava a alma da garota ao dizer isso, acabou por lamentar-se por não poder ajudar sua filha.
Então... o que você quer fazer?
Quero ir embora, quero ir para um lugar onde ninguém me reconheça, quero começar uma vida nova....

Cinco anos depois

Uma linda jovem caminha apressadamente pela rua, em suas mãos sacolas de compras cheia de coisas atrapalhavam sua visão. O semblante dela é alegre e o motivo disso é muito simples... Paz! Nos últimos 5 anos ela viveu como todos os humanos do planeta, ela freqüentou universidade, andou pelas ruas e o principal... não teve que manter nenhum relacionamento em segredo e isso lhe acalmava o coração.

A porta do apartamento se abre e um ‘cheguei’ entusiasmado sai de sua garganta.
MAMÂE!!! - a jovem abre um sorriso por trás dos pacotes.
Eu te ajudo com isso! - ela sorriu para o rapaz que tirava as sacolas de seus braços - Como foi seu dia? - ele perguntou antes de dar um beijo rápido nos lábios dela.
Bem - ela acariciou a cabeça da menina agarrada a seus joelhos - Akane, você deu trabalho ao tio Allan? - A menina negou com a cabeça.
Claro que não! Ela é uma menina muito comportada - dessa vez foi uma fina voz que respondeu desde a sala. A garota pegou a menina no colo e caminhou ate a sala, lá duas mulheres jogavam baralho.
Chegou mais cedo que o previsto - elas sorriu para as duas.
Fugi da ultima aula! - as mulheres fizeram cara feia pra ela - o que estão jogando?
Jogo do mico! - a garota quis rir, onde já se viu duas mulheres adultas jogar algo tão infantil? Mas se controlou e apenas fez uma negação com a cabeça.
MAMÂE - a menina abraçou o pescoço dela com força - eu tava com saudade! - a garota sentou no sofá e fez carinho nas costas da pequena.
Eu também estava querida - afastou um pouco a menina de si e a encarou com carinho - me diga, como foi seu dia? O tio Allan brigou muito com você? - ela retirou alguns fios de cabelo que caíam sobre os olhos da menina. A pequena a encarava como que pensativa e depois disse baixinho.
Brigou. Ele diz que eu faço muito barulho e que não deixo ele ficar sozinho com você - a garota sorriu pra menina.
E o que você fez o dia todo? - a pequena sorriu e desceu do colo da mãe.
Eu brinquei de esconder com a tia Val e comi e ...- ela correu até o quarto e voltou com uma folha - e eu desenhei a gente! - a Garota olhou para o desenho e depois para o sorriso de sua filha, acabou abraçando a pequena com tristeza.
Você já tomou banho? - perguntou se separando da menina.
Hum hum - negou mexendo a cabeça de um lado pro outro - dá banho em mim? - sorrindo a mãe aceitou.
Nós duas já vamos - ouviu suas amigas dizerem.
Por que não ficam pra jantar? - a mais velha das mulheres negou e ela acabou aceitando que as amigas fossem embora - Val, não sei nem como agradecer por ter cuidado da Akane pra mim.
Não precisa agradecer.. eu já passei por isso e sei que é muito complicado criar um filho sozinha.
Mesmo assim, muito obrigada - Val se despediu da agitada Akane e foi embora com a amiga - e então Akane, já pro banheiro! - a pequena saiu correndo enquanto a moça corria atrás dela.
Ei, vocês duas, não demorem muito.. o jantar esta quase pronto!! - o rapaz gritou desde a cozinha.
SIMM - gritaram as duas ao mesmo tempo.

Depois de um banho escandaloso as duas já estavam devidamente vestidas com seus respectivos pijamas, A menina usava um com desenhos de coelhos e a mãe um de ursos, os dois pijamas de calças e mangas compridas. Sentadas a mesa comeram rindo e brincando uma com a outra e tudo isso muito bem observado por Allan.
Mãe...- Akane chamou enquanto coçava os olhos.
Que foi ?- ela aconchegou a cabeça no corpo da mãe.
Tô com sono - a menina levantou os braços, a mulher a pegou no colo e a levou para o quarto, Allan ficou na sala assistindo tv. Akane escovou os dentes, com ajuda da mãe, e depois deitou na cama.
Mãe.. - a garota deu um bocejo - ..boa noite.
Boa noite querida - deu um beijo na testa da filha e a cobriu, depois sentou na cama e ficou fazendo carinho na cabeça dela até que adormecesse de vez.

Sentou no sofá ao lado do rapaz e olhou o relógio 22:43.
Já esta tarde, acho que é melhor você ir pra sua casa - disse enquanto assistia tv.
Daqui a pouco - respondeu sorrindo. A programação da televisão não era assim tão interessante, mas o clima parecia um pouco incomodo, ao menos para a garota.
Faz quanto tempo estamos namorando? - ele perguntou derrepente, ela estranhou a pergunta.
Quase oito meses.. porque? - ele beijou seu rosto.
Oito meses.. então porque não me aceita?
Como assim não te aceito?
Não aceita que eu me aproxime, não aceita que sua filha me chame de pai... - ela suspirou.
Tente entender que eu ainda não estou pronta pra amar outra vez -disse abaixando a cabeça. Ele a abraçou forte, escondendo o rosto na curva do pescoço da garota.
Se não me der uma chance eu nunca poderei provar o quanto te amo!
Allan...- ela fechou os olhos e o abraçou também. Um, dois, três.. dez minutos ou mais se passaram e eles permaneceram abraçados, apenas desfrutando da companhia do outro. Ele a beijou com delicadeza e ela retribuiu o beijo, seus lábios se tocavam com calma... mas ainda assim ela não conseguia se entregar ao beijo, não conseguia confiar nele ... não conseguia ama-lo. Sentiu as mãos dele tocarem sua cintura, a tensão tomou conta de seu corpo, mas ela tentou relaxar, tentou porque queria ser feliz, queria deixar o passado definitivamente para traz, queria sentir outra vez o gosto da paixão, mas acima de tudo queria se sentir amada. Os corpos pesaram e num instante estavam deitados no sofá, ele separou seus lábios dos dela e começou a beijar seu pescoço, ela estremeceu, mas foi de medo. Segurou os ombros dele e o empurrou fracamente.
Allan, espera...- ele deslizou a mão por baixo da blusa da garota e tocou a suave pele da barriga dela - espera ...eu não..
Eu não vou te machucar - disse junto ao ouvido dela.
Não estou pronta ainda - tentou se separar novamente, ele segurou as mãos dela e a encarou.
Eu não posso mais esperar... tem oito meses que apenas espero! - segurou os braços dela com força longe de si e beijou sua boca. Algo explodiu dentro da garota, será que ela não tinha direito de ser feliz? Será que nunca encontraria alguém que a amasse e respeitasse? Fechou os olhos com força, mas rapidamente os abriu ao ouvir um som fraco de choro.
Mãe...- a garotinha estava parada na porta do quarto, umas lágrimas finas escorriam de seus olhos - eu fiz xixi na cama... - ela deu uns passinhos em direção ao sofá. O rapaz separou-se dos lábios da garota e gritou irritado.
MENINA INTROMETIDA!!!- Akane parou assustada atrás do sofá, sem ver assim a situação em que se encontravam os dois adultos - PARA DE CHORAR FEITO UM BEBE E VOLTE PRO QUARTO! - a menina assustada correu chorando alto para o quarto. A garota olhou friamente para o rapaz e com um empurrão o jogou no chão.
Não grite com minha filha, ela é tudo de bom que tenho nessa vida e um idiota como você não tem direito algum de levantar a voz pra ela - caminhou até a porta e abriu com brusquidão - vá embora e nunca, escute bem, nunca mais apareça na minha frente novamente! - o rapaz tentou se justificar quando estava ao lado dela, mas recebeu um olhar frio o suficiente para congelar um deserto e acabou saindo sem dizer uma única palavra. A garota suspirou e caminhou triste para o quarto de onde vinha o choro da filha. Abriu a porta com cuidado e acendeu a luz, a menina estava agachada num canto do quarto escondida atrás de um macaco de pelúcia gigante.
Akane..- chamou com a voz baixa, a garotinha abriu os olhos e correu para abraçar a mãe - calma - disse acariciando as costas da menina - ele já foi embora - separou a menina de si um pouco e enxugou suas lágrimas - ele não vai mais gritar com você... eu prometo - a pequena engoliu o choro e apoiou a no peito da mãe - quer dormir comigo? - moveu a cabeça positivamente, a jovem mulher a pegou no colo e a levou para a cama, não antes de trocar o pijama dela.

-
Mãe... cadê meu desenho? - perguntou já deitada na cama.
Lá na sala - ela correu lá e rapidamente voltou com o papel na mão.
Deixa ele aqui! - disse colando ele na parede ao lado da cama - não é bonito mamãe? - Sorriu pra mãe.
É sim.. muito bonito - disse olhando com tristeza para o papel - agora vamos dormir que já esta tarde! - Akane se abraçou a mãe e fechou os olhos. A garota fez carinho na cabeça da filha, seus olhos ainda fixos no desenho colado na parede. Fechou os olhos, mas não para dormir e sim para deixar que sua mente trouxe-se novamente o sorriso dele a sua lembrança. Uma fina lágrima escorreu de seus olhos ao mesmo tempo que um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.
Akane....- a menina a encarou sonolenta - você.. sente falta de ter um pai? - a menina desviou os olhos e fez carinho no pescoço da mãe.
As vezes - a mulher a encarou.
As vezes, quando?
Quando vejo alguma criança brincando com o pai no parque, ou quando na escola eu tenho que falar como são meus pais e eu não sei como ele é... e no meu aniversário ...- os olhinhos dela entristeceram.
Por isso desenhou nós três ? - ela fez que sim com a cabeça.
Eu pintei ele de preto porque não sei como é seu rosto....- ela desviou os olhos do rosto da mãe - você ficou braba?
Não querida - a menina sorriu - quer saber como ele é?
Quero!! - a menina sorriu ainda mais - você me conta?
Conto - Akane sentou na cama, o sono totalmente esquecido - o que quer saber?
TUDO!! - a mulher sorriu.
Deixe eu ver por onde começo... hum... - ela fez cara de quem pensava e a menina se impacientou.
MÃE!! - a garota riu.
Ta ta.... ele é alto - Akane fez que sim com a cabeça - e forte, assim atlético cheio de músculos - novamente um sim com a cabeça - os seus olhos são muito parecidos com os dele e o seu sorriso - disse esfregando o dedo no nariz da filha - é exatamente igual ao dele - ela sorriu.
Eu pareço com ele? - a mulher sorriu.
Parece sim - a menina colocou a mão no queixo em pose pensativa e depois exclamou.
Você sempre diz que eu sou linda.. então quer dizer que acha ele lindo também? - a mulher a olhou espantada, mas depois começou a rir - é verdade mãe? Você acha ele bonito?
Acho ele bonito sim - a menina sorriu.
Bonito quanto? Muito bonito Muito, muito, muito bonito? - perguntou sorridente
Muito, muito, muito, muito, muito mais que muito, muito, muito bonito! - as duas começaram a rir - acho que esta na hora de dormir.
Jáaaaaaa? - disse triste.
Jáaaaaaaaaaaa!! - disse imitando o tom da menina -agora deita..e nada de xixi na minha cama! - a garota riu.
Te amo muito mãe.
Também te amo querida - abraçou a pequena e fixou seus olhos novamente no desenho. Tinha ela o direito de excluir a filha do contato com o pai? A menina precisava do carinho paterno e conhecendo bem esse homem seria provável que enlouqueceria ao saber que tinha uma filha.. será que deveria voltar? Será que teria forças suficientes para encara-lo novamente?
Akane, o que acha de ir visitar o vovô e a vovó? - a pequena sorriu.
Quando?
Amanhã - a mulher sorriu - podemos ficar lá uns dias.
E a escola?
Alguns dias não vão fazer diferença - as duas sorriram. Abraçadas elas adormeceram para um novo dia.. e talvez para uma nova vida.

Fim do capitulo 1

Notas do autor: bem.. aqui estou eu com meu ^^ espero que gostem Esse capitulo é mais uma introdução que um capitulo realmente, já que a história em si começa no próximo capitulo.
Qualquer sugestão ou critica pode ser enviada ao meu e-mail: bulmachan_briefs@hotmail.com