Escuridão por Jude Melody


 

Escuridão

Ficwriter: Jude Melody
Games The Legend of Zelda: Spirit Tracks - aventura - original
livre - spoiler - completa


Depois de derrotar Byrne e partir para uma perigosa missão no esquecido Templo da Areia, Link e Zelda finalmente encontraram o Arco e Flecha de Luz. Agora, precisam voltar à Torre dos Espíritos para finalmente salvar Hyrule do cruel Demon King.

 

Os fantasmas deslizavam pela escuridão da sala, exibindo seus sorrisos perversos. Em alguns cantos, tochas acesas iluminavam pequenos pedaços de chão, proporcionando círculos de tranquilidade. Os fantasmas tinham pavor da luz.

Em um diminuto quadrado colorido, o menino esperava pacientemente, ladeado por uma enorme armadura que parecia tão maquiavélica quanto os fantasmas que se alimentavam da noite. Olhos rosados encaram o pequeno herói por baixo do capacete de bronze, e o espírito da princesa sussurrou:

- Cuidado, Link. Se esses fantasmas tocarem em você, irão te machucar!

O menino assentiu e voltou sua atenção para os corredores mergulhados em trevas. Sabia muito bem que os fantasmas espreitavam a área, sedentos por almas inocentes que se atrevessem a entrar em seu caminho. Se fosse rápido o bastante, conseguiria alcançar os círculos de luz antes mesmo de ser visto. Fez um sinal para que Zelda o esperasse.

Com calma e agilidade, ele abandonou a segurança do quadrado colorido e correu na ponta dos pés. A bainha da espada fez um leve barulho com o movimento, confundindo o fantasma mais próximo.

O pequeno herói deteve-se, prendendo a respiração. Estava a apenas alguns passos da tocha, mais dois segundos e iria alcançá-la. Observou o fantasma levantar o rosto sombrio, como se procurasse a origem do som. Após alguns piscares de olhos, a criatura sobrenatural voltou a circundar a sala escura, certo de que imaginara o ruído.

Link jogou-se aos pés da tocha antes que soltasse a respiração em alívio. Chegara a um dos cantos daquele trecho da masmorra, mas não havia nada que pudesse ajudá-lo. Localizou a tocha mais próxima e correu em silêncio até ela.

Assim que se viu banhado pela chama, desviou os olhos dela para a lápide que se erguia a seu lado. Uma pedra fria e sem vida que continha segredos. Segredos que poderiam significar sua salvação. Ele se agachou para ler a mensagem há muito inscrita ali.

- Link? – chamou a princesa.

Zelda caminhava desajeitada pelos corredores escuros. Os fantasmas não lhe faziam nada de mal, pois não havia nada vivo no interior da armadura. Era o disfarce perfeito, pensou o guerreiro, não fosse a incapacidade da princesa de ficar quieta.

Ela deixou sua espada cair no chão e se agachou para pegar. Em seguida, correu em sua direção, fazendo mais barulho do que o trem seguindo a todo vapor pelos trilhos espirituais.

- Achou alguma coisa? – ela perguntou, parando a seu lado no círculo de luz – O que está escrito aí?

Ambos percorreram as inscrições da pedra com os olhos, absorvendo as palavras como se seus destinos dependessem delas. E dependiam.

- Às vezes, a escuridão indica caminhos. – leu a princesa – O quê? Isso não faz sentido! Link, o que devemos fazer? – completou, virando-se para o pequeno guerreiro.

Link sabia tanto quanto ela. No interior daquela torre, nada fazia sentido. Mas eles haviam chegado até o vigésimo nono andar. Era muito tarde para desistir.

Com um suspiro, Link cruzou os braços e começou a pensar.

Estavam em uma sala mergulhada na escuridão, exceto pelas tochas aqui e ali. Os fantasmas vigiavam o local, deslizando pelos corredores com suas respirações entrecortadas e os sorrisos cheios de perversidade. Como a luz poderia não ser a resposta? Ela sempre fora!

Em meio a tantos pensamentos e lembranças, o pequeno herói finalmente compreendeu. Era uma ideia louca, de fato, mas era a melhor ideia que tinha. Abriu sua mochila e procurou a estranha arma que parecia um catavento. A arma capaz de criar poderosos redemoinhos.

- Link, o que está ...? – sussurrou Zelda, alarmada.

Mas o menino já havia apagado a tocha com o catavento, mergulhando-os na escuridão. A princesa estremeceu e derrubou sua espada pela segunda vez. Link não a ajudou. Estava longe, apagando a segunda tocha.

- Liiink! – chamou a princessa, recolhendo sua arma – Pare com isso! Os fantasmas...

Sim, o menino sabia do perigo. Mas estava acostumado a ele. Um fantasma veio em sua direção em meio às trevas, e o pequeno herói desviou bravamente, rolando no chão. Parou diante de uma nova tocha e a apagou também.

- Liiiiiiink! – choramingou a princesa.

Link apagou a última tocha, eliminando o último círculo de luz. Agora, sem o crepitar das chamas, os ruídos dos fantasmas eram os únicos sons do local.

Então, ele ouviu. O som de uma parede descendo. O caminho estava aberto.

“O som vem dali.” pensou, correndo o mais rápido que suas pernas curtas permitiam. Zelda foi a seu encalço, esbarrando sem parar pelos corredores. Eles passaram pelo portal de pedra azul...

E estavam seguros.

Por enquanto.

 

 

















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